O planeta anão Ceres pode estar a uma distância de várias centenas de milhões de quilômetros de Júpiter e Saturno, mas a gravidade destes gigantes influencia a orientação do planeta. As alterações na inclinação axial ou "obliquidade" de Ceres estão de fato relacionadas com outro parâmetro – a posição do gelo na superfície de Ceres.
Quanto menor é o ângulo de inclinação do eixo de rotação de Ceres, tanto maior é sua superfície obscura e inversamente. Os cientistas conseguiram identificar partes do planeta anão que mesmo com grandes ângulos de inclinação estão na sombra. Foi esclarecido que no lugar onde a sonda Dawn encontrou as manchas misteriosas há crateras. As manchas luminosas são de fato formadas por gelo que existe na superfície do planeta anão.
A Swiftly Tilting (Dwarf) Planet: Shadowed, icy craters are a signature of #Ceres’ angled past. @NASA_Dawn news: https://t.co/kCM42EprEO pic.twitter.com/UzOE7aX737
— NASA JPL (@NASAJPL) 22 de março de 2017
Ceres é o terceiro corpo celeste do Sistema Solar com áreas de sombra permanentes, além de Mercúrio e da Lua. Vários cientistas acreditam que corpos de impacto são responsáveis pela presença de gelo nestes planetas. Entretanto, Mercúrio e Lua não possuem tão grande variabilidade de suas inclinações por causa da influência gravitacional estabilizadora do Sol e da Terra respetivamente. A origem do gelo nas crateras de Ceres é mais misteriosa. Ele pode se ter formado no planeta anão por si próprio ou por causa da queda de asteroides ou cometas.
The bottom half of this pair of craters is called Fejokoo; Its hexagonal shape is probably due to the presence of fractures in the crust. pic.twitter.com/4QAWNMVWGS
— Dwarf Planet Ceres (@CeresToday) 21 de março de 2017
A estação espacial Dawn foi lançada em 27 de setembro de 2007 por um foguete Delta II e atingiu a órbita de Ceres em 6 de março de 2015. O projeto de exploração de Ceres já custou mais de 500 milhões de dólares.