Desfile sino-paquistanês: Pequim está reforçando papel de líder na Ásia-Pacífico?

© REUTERS / Faisal MahmoodTropas chinesas marcham durante o desfile militar em Islamabad por ocasião do Dia do Paquistão, 23 de março de 2017.
Tropas chinesas marcham durante o desfile militar em Islamabad por ocasião do Dia do Paquistão, 23 de março de 2017. - Sputnik Brasil
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As tropas chinesas participaram pela primeira vez no início desta semana do desfile do Dia do Paquistão em Islamabad, o que alguns especialistas afirmaram ser um sinal de aproximação, enquanto outros apontaram para o crescente poder regional de Pequim.

Em um evento sem precedentes, na quinta-feira (23), 90 militares do exército chinês participaram do desfile do Dia do Paquistão em Islamabad, durante o qual o Paquistão mostrou seus mísseis de longo alcance, tanques e aviões de combate.

Em uma entrevista à Sputnik, o especialista militar chinês Song Xiaojun descreveu os desfiles militares similares como "um barômetro do estado das relações bilaterais".

"São intercâmbios normais entre os exércitos da China e do Paquistão. Na prática, Pequim e Islamabad são parceiros estratégicos, e podemos até dizer que eles têm excelentes relações de parceria estratégica. Ao mesmo tempo, ambos os Estados não são aliados militares e eles desenvolvem contatos militares normais, incluindo exercícios conjuntos", disse Xiaojun.

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O especialista Peter Topychkanov, do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais de Moscou concorda com a opinião de Song Xaiojun e destaca os estreitos laços políticos, econômicos e militares entre Pequim e Islamabad.

"Não há nenhuma dúvida de que os dois países estão interessados em desenvolver a cooperação e querem demonstrar que estão mais próximos um do outro", disse Topychkanov se referindo ao desfile em Islamabad.

"Além disso, isso pode ser entendido como uma mensagem do Paquistão ao seu vizinho, a Índia, que a China está ao lado de Islamabad e que o Paquistão está prestes a apoiar Pequim", acrescentou o especialista.

© AFP 2023 / AAMIR QURESHITropas chinesas marcham durante o desfile militar em Islamabad por ocasião do Dia do Paquistão, 23 de março de 2017.
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Tropas chinesas marcham durante o desfile militar em Islamabad por ocasião do Dia do Paquistão, 23 de março de 2017.

Por outro lado, Viktor Murakhovsky, especialista militar russo, disse ao jornal online russo Vzglyad que atribui o desenvolvimento contínuo dos laços militares entre Pequim e Islamabad ao fato de a China considerar necessário cooperar com o Paquistão para contrariar a Índia e aumentar sua influência regional.

"De fato, a aliança de Pequim com Islamabad contribui para a consolidação do papel de liderança da China na região Ásia-Pacífico. Além disso, a frieza nas relações entre o Paquistão e os Estados Unidos permitiu que a China ocupasse o nicho deles, reforçando significativamente sua influência na Ásia Central," disse Murakhovsky.

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Neste contexto, o especialista militar russo Vasily Kashin recordou, em uma entrevista ao Vzglyad, que a China está discutindo ativamente com o Paquistão a possibilidade de instalar suas bases militares em território paquistanês.

"O corredor econômico permitirá que os chineses tenham acesso à costa do Oceano Índico, contornando o Estreito de Malaca, o que permitirá a Pequim exportar mercadorias das regiões ocidentais da China através de rotas mais curtas", disse Kashin.

De acordo com o Vzglyad, Washington está muito preocupado com o fortalecimento da aliança sino-paquistanesa na região Ásia-Pacífico. A possível perda de Islamabad leva a Casa Branca a confiar mais na Índia, que é vista por Washington como o principal contrapeso à China.

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