Só um contrato comercial? Suécia pode desestabilizar situação na África Austral

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Enquanto o produtor sueco Saab enfrenta problemas crescentes tentando vender seu jato de combate Gripen, a empresa se esforça por examinar novos mercados, o que provoca críticas por parte dos pesquisadores pacifistas.

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Um grupo de pesquisadores da Universidade de Uppsala condenou a campanha da Saab no Botswana, acrescentando que tal passo contradiz os objetivos da política externa da Suécia.

Eles são a paz, os direitos humanos e a redução da pobreza, de acordo com o artigo de opinião publicado pelo jornal sueco Svenska Dagbladet.

Em 2016, uma delegação sueca de alto nível, encabeçada pelo ministro da Defesa Peter Hultqvist, chegou ao Botswana. O escândalo subsequente, que envolveu uma subida vertiginosa de custos, desviou a atenção dos suecos dos assuntos mais importantes, como as intenções da Suécia de pôr à venda seus jatos de combate JAS 39 Gripen à nação africana. De acordo com os investigadores para a paz Johan Brosché, Kristine Hoglund e Sebastian van Baalen, o contrato é extremamente controverso, especialmente considerando os escândalos de suborno que se seguiram a um contrato semelhante com a África do Sul.

Primeiramente, no Botswana, que era referido durante muito tempo como uma história de sucesso africana em termos de igualdade, direitos humanos e desenvolvimento econômico, a democracia regrediu gradualmente.

O governo do país dificilmente será um parceiro elegível da Suécia que tenta se apresentar como campeã dos direitos humanos na arena internacional. O Botswana, de acordo com os pesquisadores da Universidade de Uppsala, se está movendo numa direção autoritária com maior vigilância, oportunidades reduzidas para a liberdade de expressão e repressões contra atitudes antigovernamentais.

Segundo, o contrato com a Saab vai contradizer as intenções da Suécia de combater a pobreza, quando o Botswana enfrenta grandes problemas econômicos. Mais de um quinto de sua população está em situação de pobreza absoluta e vive com menos de dois dólares por dia, apesar dos recursos diamantíferos que o pais tem. Os bilhões que podem ser investidos nos jatos de combate podem afetar negativamente os esforços para travar o desemprego e combater a corrupção.

Terceiro, a ideia de que o Botswana vai adquirir uma série de aeronaves avançadas pode iniciar uma corrida aos armamentos regional, de que participarão a Namíbia e outros países vizinhos. Hoje em dia, o Botswana não enfrenta nenhuma ameaça externa e não é claro porque tal quantidade de dinheiro deve ser investida na aquisição de jatos de combate avançados.

Os pesquisadores suecos concluíram que o contrato com o Botswana vai piorar o desenvolvimento econômico e democrático do país, desestabilizar a segurança regional e danificar a reputação da Suécia no Sul da África.

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