Mesmo antes de chegar às salas de exibição o longa-metragem, definido pelo produtor Tomislav Blazic, como "um thriller investigativo inspirado em fatos reais", já provocou polêmica. Tão logo o filme começou a ser rodado — segundo Blazic, o projeto está em fase de pós-finalização — surgiram informações de que a película mostrava imagens de Lula sendo levado por agentes da Polícia Federal para depor de forma coercitiva, após determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba. O personagem que estará nas telas não é o ex-presidente e, sim, o ator Ary Fontoura, que interpreta Lula. Esta semana, o juiz Sérgio Moro deu um prazo de cinco dias à produção do filme para responder se foram utilizadas imagens da Polícia Federal conduzindo Lula para depoimento.
O filme, uma produção de cerca de R$ 12 milhões, fruto da parceria entre a produtora New Group e a Recanto Produções, é apartidária, nas palavras do produtor. A direção é de Marcelo Antunez e o elenco traz nomes como Marcelo Serrado, no papel do juiz Sérgio Moro; Leonardo Medeiros, no papel de Marcelo Odebrecht; Roney Fachini, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa; Roberto Birindelli, como o doleiro Alberto Youssef, além de Marcelo Serrado, Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky, Rainer Cadete, entre outros. O filme compreende desde a primeira fase da operação até a 24ª.
"O filme tem uma linha de condução que é a da investigação, como tudo começou e de que maneira tudo foi conduzido, problemas que surgiram no meio do caminho, situações adversas de que o público em geral não tem conhecimento até que se chegasse às provas e às prisões", diz Blazic, ressaltando que o filme não traz qualquer imagem de Lula. "Em momento nenhum tivemos nenhum vídeo da Polícia Federal, afirma o produtor. Segundo ele, o filme é baseado em um livro do mesmo nome, de autoria de Carlos Graeb e Ana Maria dos Santos, que vai ser lançado pela Editora Record em julho.
"O filme não tem viés político nenhum, é um filme investigativo que está trazendo as situações que aconteceram, mas não estamos fazendo apologia ou coisa qualquer nesse sentido com relação a fulano ou sicrano, até porque o filme fala que são vários partidos que estão envolvidos, não é só o PT. Fica sempre uma sensação que alguma coisa é contra o ex-presidente Lula. Não. É um filme de entretenimento, um thriller policial para o grande público. É como você estivesse vendo um filme do FBI", diz o produtor.