Segundo o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para limitar o déficit primário para este ano em R$ 139 bilhões, a equipe econômica decidiu além dos cortes, retomar também a cobrança previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento.
"Tomamos também a decisão de corrigir um processo que veio do passado, que era exatamente como ficou conhecido como desoneração da folha de pagamento. Existem, no entanto ainda a preservação de alguns setores, que são altamente geradores de mão de obra e setores para os quais, segundo estudos técnicos, de fato essa medida faz efeito."
Já a oposição vê prejuízos para a economia do país. A líder do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR) afirma que não haverá retomada da economia com os cortes nos investimentos. A senadora explica que o contingenciamento vai afetar o Orçamento de 2018, pois terá a correção da inflação com base nos índices de 2017.
"Se o governo cumprir a meta, vai ter que fazer esse corte e para cumprir uma meta que é deficitária de R$ 139 bilhões. E como o Orçamento de 2018 vai ser feito com base em 2017 apenas com a variação da inflação, será essa a base com o corte que servirá para elaborar o Orçamento de 2018. Vamos caminhar para uma situação cada vez mais difícil em termos de finanças públicas e orçamento. Isso terá impacto na economia com certeza."
De acordo com o governo, dos R$ 42,1 bilhões serão cortados cerca de R$ 11 bilhões das emendas parlamentares, incluindo as destinadas à saúde, mais de R$ 20 bilhões, das despesas dos ministérios, além de R$ 10,5 bilhões das obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.