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Centrais sindicais prometem parar o país em 28 de abril

© Paulo Pinto / AGPTAto contra a reforma da previdência na avenida Paulista, em São Paulo
Ato contra a reforma da previdência na avenida Paulista, em São Paulo - Sputnik Brasil
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Duas grandes centrais sindicais, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a CSP-Conlutas prometem parar o país no dia 28 de abril, segundo seus dirigentes ouvidos nesta sexta-feira, 31, pela Sputnik, durante as manifestações que acontecem em 14 estados e no Distrito Federal contra as reformas anunciadas pelo governo Temer.

O presidente da CSB, Antonio Neto, lembra que a data dessa grande paralisação já havia sido combinada após as grandes manifestações ocorridas no último dia 15. O dirigente lembra que os protestos desta sexta-feira lembram também a indignação dos brasileiros com o Golpe de 64 e o regime político que se instaurou no Brasil e a organização dos que os movimentos sociais estão chamando de Abril de Lutas de repúdio a três propostas.

"Primeiro a questão da Previdência, que é um absurdo da forma como está sendo proposta; segundo, a reforma trabalhista, que é uma discussão muito longa e também está sendo tratada de uma maneira açodada; e por último a questão da terceirização na atividade fim das empresas. Estamos nos preparando para mostrar ao governo que é preciso tomar muito juízo, tanto o governo federal, principalmente a área econômica, que é a responsável por toda essa visão financista, que não é bem assim que a banda toca, e também o Congresso Nacional", avisa Neto.

O presidente da CSB dá um recado especial aos parlamentares: 2018 é um ano de eleições, o povo tem memória bastante ativa e os movimentos sociais, centrais, sindicatos, federações vão fazer de tudo para que não seja cometido nenhum crime contra a classe operária. "Se por acaso eles forem ousados a ponto de fazer um crime contra os trabalhadores, estaremos atentos e prontos no ano que vem."

Com relação à pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrando que 55% dos entrevistados consideram ruim ou péssimo o governo Temer, contra apenas 10% que consideram a gestão boa ou ótima, o presidente da CSB diz que a pesquisa reflete o que está ocorrendo.

"O povo brasileiro está cônscio, está claro para todos os trabalhadores, não importa o seu nível, que a reforma da Previdência é um equívoco do governo, que a reforma trabalhista é um equívoco do governo e que, se não tomarem juízo, não permitiremos que sejam feitas as atrocidades que querem fazer. Ficou claro que esse projeto da Previdência é altamente desestimulador, gerando dificuldades para acesso aos benefícios seja de aposentadoria, de pensão, seja do que seja. Ficou claro para a população que aquilo que o governo dizia em suas propagandas era mentira", diz Neto, observando que o objetivo do governo, com as mudanças, é fortalecer a previdência privada dos bancos em detrimento da pública.

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Atnágoras Lopes, da secretaria executiva nacional da CSP-Conlutas, fala sobre a importância das manifestações desta sexta-feira também lembrarem o Golpe de 64, um episódio da história brasileira que, segundo ele, é até hoje repudiado aqui e lá fora, daí a necessidade de que se recorde sempre de todos os mortos, torturados e desaparecidos durante o período e transformar essa memória em lutas como as vistas hoje em todo o país.

"Mais importante é compreender que estamos diante de um governo que segue os golpes contra a classe trabalhadora, golpes que também ocorreram no governo anterior. Existe uma crise política incontrolável, onde se revela o poderio das empreiteiras, esse sim que vem da ditadura, com dez governadores citados em operações, e tudo num dia em que se anuncia o aumento do número de desempregados. Honrar os que tombaram pela democracia no dia de hoje significa abrir um abril de lutas que vai desembocar nessa panela de pressão que vai transbordar de classe trabalhadoras no próximo dia 28", afirma o sindicalista, alertando que a aprovação das reformas propostas pelo governo condenarão as próximas gerações a ter uma qualidade de vida pior que a atual.

Lopes diz que a adesão dos trabalhadores da área de transporte será decisiva para o sucesso da greve geral no dia 28. Segundo ele, em abril haverá uma reunião nacional do setor de transportes em São Paulo para articular a integração completa dos setores seja no metrô, nos trens e nos modais rodoviário e aéreo, além da parada de produção, "que atinge a alma do lucro, a alma capitalista".

"O governo perdeu a disputa da consciência da classe trabalhadora, que agora se levanta e compreende que essa reforma da Previdência e a trabalhista não podem passar sob pena de retroceder as condições de vida de nosso país, por isso há uma energia de otimismo e engajamento em todos os setores da sociedade", afirma o integrante da CSP-Conlutas.

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