Ele sublinhou que a Rússia cumpre todas as suas obrigações conforme o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START na sigla em inglês). Mas o futuro progresso no desarmamento nuclear "é impossível sem um trabalho preparatório sério".
"Ele deve se basear no princípio do "reforço da estabilidade estratégica e da segurança igual e indivisível para todos os Estados sem exceção", sublinhou Ilyichev. Ele especificou que nesta fase a prioridade deveria ser um trabalho conjunto sério para criar condições que realmente contribuíssem para o desarmamento nuclear.
Durante a sua apresentação, o representante da Rússia na ONU nomeou os fatores que não contribuem para a estabilidade mundial e tornam o desarmamento nuclear em uma ameaça para a segurança do país.
Sistema de defesa antimíssil global
Tanto a Rússia, como os EUA possuem o maior número de armas nucleares no mundo e são capazes de se destruírem completamente um ao outro. Na segunda metade do século passado, esse fato garantiu o equilíbrio mundial e entre as duas superpotências e as impediu de iniciar uma guerra de grande escala, no entanto, hoje os EUA tentam beneficiar disso.
"A Rússia tem reiteradamente chamado a atenção para a situação perigosa ligada à instalação unilateral e não limitada de elementos do sistema de defesa antimíssil pelos EUA em várias regiões do mundo", sublinhou.
Além disso, o editor-chefe do jornal Natsionalnaya Oborona, Igor Korotchenko, declarou á Sputnik que "os norte-americanos estão sempre modernizando seus sistemas de defesa antimíssil. Em 2018-2020, eles construirão um novo sistema que será capaz de interceptar mísseis balísticos com alta precisão. Eles já atingiram êxitos significativos."
Ataque não nuclear
Segundo aponta Pyotr Ilyichev, existe outro fator importante que desvaloriza os tratados de desarmamento é o aumento pelos EUA de outros sistemas de armamento estratégicos que podem ser comparáveis pela sua eficácia às armas nucleares.
Não é um segredo que os norte-americanos já há muito tempo que aperfeiçoam o conceito de "ataque global incapacitante". Ele inclui um ataque em massa contra objetos militares de um adversário realizado com armas não nucleares de alta precisão — principalmente com mísseis de cruzeiro a partir do ar, de terra e do mar.
O alvo de tal ataque são objetos de infraestrutura militar. Seu objetivo principal é destruir a maior parte do potencial de mísseis nucleares.
O especialista também sublinhou que os EUA estão elaborando novos sistemas de defesa antimíssil para instalá-los no espaço e recusam completamente assinar quaisquer acordos internacionais que não permitam seu posicionamento ou uso.
Armamento convencional
Além disso, durante sua apresentação, o representante da Rússia na ONU, Pyotr Ilyichev, se manifestou a favor do estabelecimento de um novo regime de controle do armamento convencional na Europa:
"A Rússia é a favor do estabelecimento de um regime de controle que corresponda à situação política e militar atual no continente. Ainda em 2009, o nosso país propôs um projeto de Tratado sobre Segurança Europeia generalizado. Mas a proposta construtiva russa continua sendo ignorada. Mas nós, pelo contrário, estamos prontos para um tal diálogo na base da igualdade e que considere todos os Estados sem exceção."
Ilyichev destacou: é evidente que os EUA e seus aliados não vão concordar com isso. Consequentemente, necessitamos de desenvolver nosso potencial nuclear em vez de destruí-lo impensadamente.