Recentemente, a vice-secretária-geral da Aliança Atlântica, Rose Gottemoeller, informou ao jornal russo Kommersant que a implantação do sistema de mísseis móvel de curto alcance Iskander na região de Kaliningrado representa uma ameaça para os vizinhos da Rússia.
"Ninguém está discutindo o fato de que a região de Kaliningrado é território russo. Mas a implantação dos sistemas de mísseis Iskander evidencia a tendência de militarização e fortalecimento do controle sobre o espaço aéreo", opinou Gottemoeller.
De acordo com Aleksei Podberezkin, diretor do Centro de Pesquisas Políticas e Militares do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, os sistemas Iskander representam um impedimento eficaz ao escudo antimíssil operado pela OTAN.
"Basta dizer que o tempo de voo de Kaliningrado a Varsóvia é um pouco mais de dois minutos. E o trajeto do projétil faz com que seja difícil destruí-lo. É quase impossível derrubá-lo, embora os norte-americanos estejam tentando criar essa ilusão", detalhou o especialista para o Serviço Russo da Rádio Sputnik.
Podberyozkin explicou também que não se trata de uma "ameaça inversa", já que os sistemas de defesa antimíssil dos EUA estão perto das fronteiras da Rússia, enquanto que os Iskander se encontram situados no território russo.
"Se implementarem os Iskander em Cuba, por exemplo, seria uma ameaça contrária, pois seria uma ameaça para a costa leste dos EUA. Mas está acontecendo o inverso: os norte-americanos deram o primeiro passo para implantar sistemas antimíssil no Leste Europeu", afirmou especialista.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, em janeiro de 2017, que a Rússia manterá seus sistemas de mísseis na região de Kaliningrado como um elemento dissuasor enquanto a OTAN persista em sua intenção de criar um sistema de mísseis na Europa.