Em entrevista à Agência Lusa, o estudioso afirmou que os EUA “não hesitariam” em se envolver “de imediato” em um conflito bélico de grandes proporções, contrariando as entradas tardias na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na qual a participação americana só teve início em 1917, e na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cuja entrada dos EUA apenas ocorreu em 1941.
“Por um lado [o país] se isola, como se vê na política de fronteiras ou antiimigração, o recuo na Aliança do Atlântico Norte (OTAN) e, por outro, está fazendo uma grande aposta no poderio militar”, completou o historiador.
Wallace explicou que, na sua opinião, o objetivo de Trump com a “aposta” no “poderio militar” tem um desfecho claro: “Ganhar uma guerra, seja ela qual for. Ele quer, estupidamente, ganhar uma guerra e acha que pode, mas vai acabar levando os EUA para um novo Vietnã, ou um novo Afeganistão, ou um novo Iraque”, esclareceu.
A cartada mundial e bélica de Trump, porém, não tem data para acontecer, de acordo com o historiador. No que chama de “pelo menos a breve prazo”, Wallace acredita em outros conflitos.
“Trump, que não tem propriamente noção do que está fazendo, começou uma aventura militar no exterior, no Oriente Médio, na África. É muito provável que se envolva em conflitos internos, já que ele está mandando soldados, vidas americanas para morrer nestas terras estrangeiras e longínquas, e apenas porque sim”, disse.
O antagonismo a Trump, como se sabe há meses, deve vir da Coreia do Norte. Para Wallace, não se pode descartar que possa haver “o lançamento de uma bomba atômica”, seja pelas mãos dos norte-coreanos, “seja por um grupo terrorista”. No caso da segunda hipótese, poderia haver complicações adicionais.
“Se um grupo terrorista mandar uma bomba para Jerusalém, o que acontecerá? Os Estados Unidos de Trump vão dizer que vão encontrar quem o fez e vão destrui-los. É o mais provável que aconteça”, emendou o historiador. Todavia, há esperança para que o prognóstico catastrófico de Wallace se coloque em curso.
“Felizmente, o secretário da defesa norte-americano [Jim Mattis] é um militar experiente. Trump prometeu deixar nas mãos dos militares as decisões militares e isso é um alivio. O ‘botão’ está com o Trump, mas ele prometeu deixar Mattis pressioná-lo. E ele [Mattis] é ponderado […]. A nossa esperança é que esses militares possam impedi-lo de fazer qualquer coisa mesmo, mesmo doida”, concluiu o estudioso.