Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Aguiar disse acreditar que a presença do presidente da República, Michel Temer, no evento denota o caráter de importância do setor de defesa para o Palácio do Planalto.
“Eu acho que a presença dele [Temer] demonstra de forma cabal a identificação da defesa e segurança como prioridade. Ele ter vindo aqui é pra nós uma honra e sinaliza que é um símbolo forte que o país entende a defesa como prioridade, aposta nesse segmento e tem uma distinção dentre os outros setores, porque defesa não concorre com nenhum setor”, disse Aguiar.
O presidente da ABIMDE reconheceu que a feira deste ano está “mais enxuta” do que em anos anteriores e isso pode ser interpretado como uma vantagem.
“Em 2015, nós tivemos uma feira maior e mais cheia de promessas. Hoje nós temos uma feira um pouco mais enxuta, porém com ações concretas. Essas ações refletiram tanto no discurso do Ministério da Defesa, quanto no discurso do ministro [da Fazenda Henrique] Meirelles, nos quais eles enfatizaram a disposição de transformar o setor de defesa não mais em um objeto de política de governo e sim política de Estado, com o claro entendimento que defesa representa um mercado de R$ 1,5 trilhão”, avaliou.
Aguiar destacou ainda o papel benéfico que os investimentos em defesa possam trazer para o Brasil a curto, médio e longo prazo. Além de “alavancar a tecnologia do país”, a política que prioriza o setor pode fomentar mais trocas comerciais em outros setores, representando por fim uma “diferença para a nossa balança comercial”.
“Por exemplo, a desburocratização da exportação, a criação de empresas num tempo mais rápido, a desoneração da cadeia produtiva Isso impacta positivamente o setor. Se você considerar a segurança pública e o instrumento de defesa e o que isso movimenta, isso representa R$ 203 bilhões em temos anuais, que é 3,7%, quase 4% do PIB brasileiro. Se você tem uma expectativa de um crescimento e uma estabilização da nossa economia, você tá vendo que o nosso segmento de defesa e segurança é anticíclico, quer seja por crises de segurança, quer seja por causa de mercados que estão precisando de equipamentos de defesa”, completou.
O presidente da ABIMDE ainda enfatizou a riqueza de reuniões com as principais lideranças de grandes potencias mundiais no setor, como Rússia, Estados Unidos e China.
“O governo dos EUA é considerado em igual condição como o governo da Rússia, nós temos a representatividade do governo dos EUA forte, mas nós também temos contatos, alianças, de agenda institucional com a Rússia. Por isso nós adquirimos diversos equipamentos de origem russa, como adquirimos projetos dos EUA, estamos conversando com a China, enfim, todas as portas estão abertas. O Brasil não está se fechando como bloco e não está apontado para uma direção somente. Ele está avaliando todas as propostas. Mas quem dá a palavra final não é a indústria, é o governo”, concluiu.