"O concurso do NIAC deste ano e todos os candidatos que participaram dele eram ótimos. Esperamos impacientes pelo momento em que cada um destes projetos vá alterar e desenvolver os meios de estudo da galáxia", comunicou Jason Derleth, dirigente do programa NIAC (The NASA Innovative Advanced Concepts) na NASA.
Uma vez em vários anos a NASA realiza um concurso de projetos inovadores, no âmbito do qual os especialistas da agência reúnem e implementam os projetos mais loucos e inovadores de pesquisa do espaço mais próximo e mais afastado, bem como das superfícies dos planetas do Sistema Solar.
Para além do infinito
As propostas deste ano, segundo a NASA, foram ainda mais ambiciosas e extraordinárias em comparação com os projetos antes escolhidos pelo NIAC. Os jovens cientistas apresentaram vários projetos de aeronaves espaciais, sondas capazes de "saltar" indefinidamente na superfície dos planetas com pequena gravidade e muitas outras ideias.
Por exemplo, Adam Arkin, da Universidade da Califórnia, e o seu time propôs criar uma bateria especial capaz de transformar o terreno de Marte, rico em percloratos e outras substâncias tóxicas, em terreno que pode ser utilizado para cultivo.
O time de John Brophy do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL em inglês) da NASA propôs criar um aparelho-veleiro dotado de motor iónico e de uma vela-placa solar gigante, alimentada através de um laser instalado na Terra ou na sua órbita.
A rover with no electronics? Weather balloon charged by the clouds of #Venus? 22 #NASAtech ideas greenlit for study: https://t.co/HMgKqJ3FX2 pic.twitter.com/Wrf2caxSuu
— NASA JPL (@NASAJPL) 7 de abril de 2017
Heidi Fearn, do Instituto de Pesquisas Espaciais em Mojave, propôs uma variante ainda mais radical de criação de um aparelho espacial com base nos controversos princípios espácio-temporais, descobertos ainda em 1896 pelo físico famoso Ernst Mach, que admitiu que as caraterísticas dos objetos dependessem não só do seu ambiente, mas do seu deslocamento em relação aos outros objetos no Universo.
A equipe de Fearn pretende testar o motor de Mach nos satélites orbitais e depois utilizá-lo para viajar para o planeta X ou para o exoplaneta mais próximo da Terra.
Viagem a Plutão
Os participantes da segunda fase do NIAC propuseram projetos mais realistas – enviar uma sonda com motor termonuclear para estudar Plutão, um robô autônomo que será capaz de sobreviver em Vênus, uma aeronave-vela e lupa espacial para extração de minerais nos asteroides.
Os seus concorrentes do Laboratório de Propulsão a Jato propõem um robô capaz de sobreviver nas "infernais" condições climáticas de Vênus e funcionar aí durante várias semanas em regime autônomo. Se planeja que o robô praticamente não possua componentes eletrônicos, seja dotado de uma fonte de abastecimento de radioisótopos e de chassis especiais, o que irá prolongar ao máximo o seu período de vida útil.
A fundação Aerospace Corporation e o projeto TransAstra propõem criar duas sondas extraordinárias que vão diminuir os gastos de lançamento e de utilização dos aparelhos espaciais. Os engenheiros do TransAstra estão criando uma aeronave espacial extraordinária que vai ser capaz de se transformar para se alimentar com uma quantidade maior de energia solar.
The Aerospace Corporation's Brane Craft Proposal Awarded Phase II by NASA — Space Ref press release https://t.co/8XEmD5GpPq pic.twitter.com/CEbrotOHpF
— Ramón Guillen (@Ramonllen) 11 de abril de 2017
Os especialistas da Aerospace Corporation estão criando uma sonda capaz de focar a luz solar na superfície de asteroides e utilizá-la para extrair minerais.
Segundo acrescentam os cientistas da NASA, vai levar cerca de 10 anos para realizar todos estes projetos, mas, segundo eles, o potencial de todos os projetos aprovados deverá ser realizado completamente.