A amizade foi instantânea e quando o sonho da viagem pela América do Sul se tornou mais próximo, Jesse não teve dúvidas: seu cachorro iria junto.
"A ideia [de viajar] já existia desde 2015, para sair um pouco dessa rotina de trabalho-estudo. Deixei de lado, mas pensando no que ia fazer. No início do ano resolvi que ia fazer essa viagem e vi uma notícia de um cara que fez a mesma coisa de fusca, o que me incentivou", conta. "Vendi tudo que eu tinha, moto, móveis, videogame para viabilizar".
Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Decidida a rota, foi a hora de correr atrás da documentação do Shurastey. Jesse procurou veterinários e obteve todas as vacinas requisitadas pelas autoridades sanitárias dos oito países por onde passar. Para que o amigo não passe fome, o curitibano já providenciou 60 quilos de ração.
"Ele sempre me acompanhou em tudo. Fazer trilha, subir morro, ir caminhando até as praias, ele é tão aventureiro quanto eu", conta.
Para driblar a burocracia em encontrar hotéis ou albergues que aceitem animais, além de poupar uma grana, Jesse e Shurastey vão acampar na maior parte do tempo.
"Eu tô saindo, não tenho pressa para chegar. Quero fazer 300 quilômetros por dia, parar em uma cidade, ver tudo que tem lá para aproveitar e seguir viagem".
A competição por qual das duas malas — se a dele ou do cachorro — será maior é uma briga boa, mas ele garante estar equacionando tudo. Além dos pacotes de ração, Shurastey contará com brinquedos para aliviar o stress e outros utensílios como cobertor e colchonete. Toda a aventura será documentada na página Shurastey or Shuraigow?, no Facebook.
"Quero inspirar a galera como eu me inspirei no caso do cara que já tinha feito. É uma forma também de manter contato com quem está acompanhando a viagem, sem precisar adicionar todo mundo", finaliza o curitibano.