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Michel Temer nega participação em negócios escusos citados em delações de Márcio Faria

© Beto Barata/PRNota do Paládio do Planalto afirma que o presidente Michel Temer jamais tratou de valores com Márcio Faria
Nota do Paládio do Planalto afirma que o presidente Michel Temer jamais tratou de valores com Márcio Faria - Sputnik Brasil
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O Presidente Michel Temer negou ter se reunido com o ex vice-presidente da Odebrecht Industrial, Márcio Faria em 2010, quando era candidato a vice na chapa com a ex-presidenta Dilma Rousseff, para tratar de doações ou ao PMDB como afirmou o executivo durante delação premiada na Operação Lava Jato.

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De acordo com o delator Márcio Faria, no encontro que teria acontecido no escritório do presidente Temer, em São Paulo foi fechado um acordo para o pagamento de um percentual para o PMDB em um contrato, que era de US$ 825 milhões,  para favorecer a participação da Odebrecht em projetos da Petrobras. Segundo Faria, a empreiteira teria que pagar ao partido 5% do valor total contrato, o equivalente a US$ 40 milhões de propina, que foi intermediado com o lobista João Augusto Henriques.  

"Tinha um intermediário, um lobista entre a diretoria internacional da Petrobras, que era nomeada pelo PMDB. João Augusto procurou o Rogério e disse que  o projeto era da diretoria internacional e para que ele caminhe, seja assinado e vá dentro dos trâmites normais o partido precisa de uma contribuição expressiva nesse contrato. Falou o número 5%, um valor muito alto. Rogério me trouxe e falou que o projeto só vai voar com isso e eu falei vamos em frente, vamos pagar."

Márcio Faria ainda deu detalhes de como recebeu o convite para a reunião com Temer no dia 15 de Julho de 2010, encontro que chamou de "Cúpula do PMDB". O delator disse que aí se deu conta que se tratava do escritório do presidente Temer. "Um belo dia recebo um e-mail do Rogério Araújo (ex-gerente da Odebrecht Industrial)  convocando para uma reunião, que ele chamou de Cúpula do PMDB. Chegando lá eu soube que se tratava do escritório político do senhor Michel Temer, a época candidato a vice-presidência da República na chapa com a Dilma."

Márcio Faria ainda falou como foi a reunião e contou que estavam presentes os então deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Faria narrou que de forma descontraída Temer mostrou proximidade entre ele, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves ao responder como era ser candidato a vice de Dilma. De acordo com o delator, Temer teria dito que Cunha e Alves se encarregariam de resolver seus problemas.

"Até perguntei como é ser vice-presidente da Dilma, eu não conheço a Dilma, dizem que é uma pessoa muito complicada. O pessoal riu. Para minha surpresa, ele (Temer) com intimidade, para quem nunca o tinha visto, disse: se acontecer qualquer coisa aí, desses rapazes aqui, ele apontou para os dois deputados, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, e falou pode deixar que ela vem e fica aqui. Esses jovens, esses rapazes, resolvem pra mim lá. Não estou preocupado."

Michel Temer foi mencionado em alguns despachos do relator da Lavja Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Edson Fachin, mas Temer não é algo de investigações sobre o caso já que o presidente não poderia ser investigado por atos ocorridos antes do início de seu mandato.

Através de nota, a Presidência da República afirmou que o presidente Michel Temer jamais tratou de valores com Márcio Faria.

"A narrativa divulgada hoje(12) não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta. Nunca aconteceu encontro em que estivesse presente o ex-presidente da Câmara, Henrique Alves, com tais participantes."

De acordo com o comunicado, Temer e Faria tiveram um rápido e superficial encontro em 2010, em São Paulo. Faria foi levado ao presidente pelo então deputado Eduardo Cunha. Os dois não falaram sobre valores ou contratos na Petrobras. "A conversa, rápida e superficial, não versou sobre valores ou contratos na Petrobras. O presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos. Nunca atuou em defesa de interesses particulares na Petrobras, nem defendeu pagamento de valores indevidos a terceiros", disse a nota.


 

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