Aleksandr Metsegora, embaixador russo em Pyongyang, ao comentar a possibilidade de provocações por parte da Coreia do Norte por ocasião do 105º aniversário de Kim Il-sung (15 de abril), destacou que a mídia norte-coreana fala sobre um acontecimento de grande escala e muito significativo, mas não entra em detalhes. O embaixador destacou que não se pode dizer exatamente do que se trata.
Ao responder à pergunta sobre possível ataque dos EUA contra Coreia do Norte, depois do bombardeio na Síria, o embaixador russo acha difícil prever as futuras medidas de Trump:
"Levando em consideração as ações da administração [dos EUA], fica difícil adivinhar as medidas de Trump. Por enquanto, Trump não tem uma equipe coreana formada e há perigo de que as decisões sejam tomadas sem consultas de especialistas. Isso preocupa. Se excelentíssimo Trump escutasse a opinião de especialistas experientes em assuntos russo-coreanos, eu o recomendaria que não o fizesse."
"Desta vez, eles realmente treinam plano de ocupação de Pyongyang, eliminação das autoridades do país… Claro que a Coreia do Sul está nervosa. Norte-coreanos escrevem nos jornais que estão prontos para responder. A situação vai piorando a cada ano. Mas, o otimismo histórico me faz pressupor que nenhuma coisa pior acontecerá", reflete o embaixador.
No entanto, tanto Trump, quanto o líder norte-coreano, são pessoas muito emotivas e, quando se trata de assunto tão sério, este traço de caráter provoca preocupações, segundo Aleksandr Metsegora.
Em se tratando das sanções que podem conter a "agressão" do regime norte-coreano, Metsegora frisa que Moscou cumpre todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, mas considera que as sanções de países isolados são ilegítimas.
"Cada governo e povo tem o direito de escolher o seu próprio caminho. Nós não devemos interferir no sistema político da Coreia do Norte. Eles podem decidir suas necessidades. Coreia do Norte é um Estado reconhecido. Ele tem relações diplomáticas com mais de 100 países e faz parte da ONU. Por isso a Coreia do Norte tem todo o direito à existência e ao seu próprio regime, ponto final", concluiu Metsegora.