Além disso, o político revelou a intenção dos EUA de cooperar com o Japão, a Coreia do Sul e a China para resolver o problema nuclear norte-coreano. O premiê do Japão e o vice-presidente norte-americano acordaram em motivar Pequim a se envolver mais ativamente para conter o programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
Anteriormente, Pence declarou que a "paciência estratégica" de Washington em relação a Pyongyang acabou. Ele também apelou ao regime norte-coreano para não testar a determinação do presidente Trump.
A viagem pela Ásia de Pence coincidiu com a crise mais aguda relacionada com a Coreia do Norte. Os EUA enviaram um grupo aeronaval, chefiado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, para a região.
O cientista político e diretor adjunto do Instituto de história e política da Universidade Estatal Pedagógica de Moscou, Vladimir Shapovalov, acredita que a atual demonstração de força pelos EUA é um sinal muito perigoso.
"Vale destacar que o destinatário desta demonstração não é somente o governo da Coreia do Norte, mas também a administração da China. Todas as afirmações e ameaças contra a Coreia do Norte podem ser interpretadas como o desejo dos EUA de exercer uma pressão militar e política na China e desse modo "voltar" para o Extremo Oriente. Nas últimas décadas, os EUA têm diminuído significativamente a sua presença no Extremo Oriente, tanto militar como, o que é mais importante, econômica, enquanto a China aumentou sua influência na região. Então, a presente demonstração de força do lado dos EUA tem por objetivo restabelecer e reforçar as posições", disse Shapovalov ao Serviço Russo da Rádio Sputnik.
"Poderá o conflito entrar em fase de guerra? Sim, claro, porque a demonstração de força contra a Síria e o Afeganistão serve de exemplo que a administração atual norte-americana não quer resistir e está pronta — em certos casos — para usar a força. Por isso não se pode negar a possibilidade dos EUA realizarem um ataque contra a Coreia do Norte, apesar deste último possuir armas nucleares. Ou seja, a administração atual dos EUA pode, na minha opinião, estar pronta para arriscar", concluiu Vladimir Shapovalov.