A Casa Branca acusou o presidente sírio, Bashar Assad, de ser responsável pelo ataque químico de 4 de abril na vila de Khan Shaykun, na província de Idlib, sob alegação de que ninguém mais poderia ter realizado o ataque.
Kwiatkowski descartou esse raciocínio como superficial e falso.
"A Casa Branca está claramente errando ao afirmar que ninguém mais poderia ter feito. Embora não seja completamente claro qual tipo de produto químico foi detonado em Idlib na semana passada, temos conhecimento sobre a posse pelo Estado islâmico (Daesh) e grupos rebeldes de agentes químicos há vários anos", apontou a militar.
Daesh e outras forças na região certamente são capazes e possuem recursos para organizar ataques químicos limitados, como o realizado em Khan Shaykhun, observou Kwiatkowski.
O presidente Donald Trump e seus conselheiros estavam equivocados ao imaginar que Assad poderia ter tido qualquer motivo para usar armas químicas numa época em que seu exército e força aérea haviam estabelecido uma clara superioridade sobre as forças do Daesh, argumentou Kwiatkowski.
"Os ataques aéreos lançados na ausência de um consenso de inteligência e de uma verdadeira estratégia militar e política são inúteis", afirmou.
Daesh poderia ter recebido armas químicas de várias fontes, disse Kwiatkowski.
"Sabemos ou suspeitamos que várias partes do Daesh possuem recursos vindos da Arábia Saudita, Iêmen, Catar, Turquia, Kuwait, Israel e Estados Unidos. Sabemos que o Estado Islâmico vinha vendendo petróleo iraquiano no mercado negro. Essas atividades poderiam ter resultado em fundos para comprar armas químicas", disse Kwiatkowski.
Ou seja, muitas vezes as tropas iraquianas ou de Assad podem ser acusadas pelo uso de armas químicas feito pelo Daesh.