Analista: EUA tentam andar no fio da navalha nas relações com Irã

© AFP 2023 / HAMID FOROUTANInstalações nucleares em Arak, Irã
Instalações nucleares em Arak, Irã - Sputnik Brasil
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A crítica dos EUA em relação ao Irã é uma maneira de demonstrar seu apoio aos aliados na região, opinou o cientista político, Dmitry Solonnikov, ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, criticou duramente a política do Irã e o acordo JCPOA (O Plano Global de Ação Conjunta) – assinado com este país, acusando Teerã de patrocínio de terrorismo, ataques cibernéticos, violação da liberdade de navegação no Golfo Pérsico, bem como de violar os direitos humanos.

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Tais comentários seguiram o pedido do presidente norte-americano, Donald Trump, para avaliar se o cancelamento parcial das sanções impostas ao Irã no âmbito do acordo internacional sobre o programa nuclear corresponde aos interesses de Washington. 

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, em entrevista a jornalistas, disse que Trump iria tomar a decisão quanto a futuras medidas em relação ao Irã após realização de avaliações minuciosas pelos departamentos dos EUA sob coordenação do Conselho de Segurança Nacional quanto ao acordo e elaboração de recomendações durante um prazo de 90 dias.

Na opinião do diretor do Instituto para o desenvolvimento estatal moderno, Dmitry Solonnikov, a posição hostil ao Irã da nova administração da Casa Branca se deve ao apoio que os EUA tentam prestar aos aliados na região. 

"Neste caso, Donald Trump está cumprindo suas promessas, nomeadamente, a Israel e Arábia Saudita. É a política do Irã contra tais países como Iêmen e Líbano que provoca mais crítica. As ameaças que vêm destes territórios contra Israel e Arábia Saudita estão sendo consideradas pelos EUA como estratégicas", disse Dmitry Solonnikov em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik

Além disso, ele sublinha que, no Irã, logo decorrerão eleições – o que faz os EUA oscilar.

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"Eu acho que, no momento, os EUA estão tentando andar no fio da navalha. Por um lado, eles estão demonstrando apoio a seus aliados estratégicos na região, mas por outro lado Washington não está interessado que os fundamentalistas voltem ao poder no Irã. Por isso foi adiada por três meses a decisão concreta quanto à mudança de política nesta região. Se forem destruídos todos os alicerces, colocados depois da assinatura do acordo nuclear, as perspectivas do presidente iraniano Hassan Rouhani nas próximas eleições serão enfraquecidas. Então, se ao poder no Irã chegarem fundamentalistas em vez de reformadores atuais, os EUA terão que encarar uma forte resistência no país. Este não é um cenário favorável para os Estados Unidos, e por isso eles vão esperar por três meses e depois usar esta pressão para chegar a um acordo com a nova administração", opina o cientista político.

Em 14 de julho de 2015, o Irã e um grupo internacional fecharam o acordo histórico que regulou o problema nuclear de muitos anos. No entanto, os EUA mantêm as sanções contra o Irã no que diz respeito a programa de mísseis, direitos humanos e acusam o Estado de financiar o terrorismo.

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