Em janeiro do ano passado, o regime de Kim Jong-un anunciou ter realizado um teste com uma bomba de hidrogênio, mas a comunidade internacional recebeu a notícia com ceticismo e desconfiança, já que nenhuma amostragem de abalos sísmicos endossou a alegação de Pyongyang.
Contudo, a escalada das tensões com os Estados Unidos reascende o temor de quais armamentos os norte-coreanos poderiam lançar mão em um eventual conflito contra as forças norte-americanas e suas aliadas. Assim, não há certeza absoluta sobre a existência ou não da Bomba H no arsenal do país asiático.
Como funciona a Bomba H?
Em uma bomba de hidrogênio ou de fusão nuclear vários núcleos atômicos de carga similar (neste caso particular, de hidrogênio) se unem para formar um núcleo mais pesado que desprende também enormes quantidades de energia.
Porém, para que se produza essa reação é necessária uma quantidade considerável de energia que só pode ser fornecida pela detonação inicial de uma bomba de fissão, esta funcionando como o detonador.
O impacto da Bomba H é muito mais devastador do que o de uma bomba atômica – ou bomba de fissão nuclear – que, por sua vez, baseia a sua operação sobre a divisão de um núcleo atômico em dois ou mais núcleos, que geram uma reação em cadeia com a libertação de grandes quantidades de energia, como energia cinética e radiação gama.
Em comparação com as bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, ao final da Segunda Guerra Mundial, uma Bomba H teria um impacto e um grau de destruição muito maior, até por ser na verdade duas bombas em uma: a atômica como parte primária e a outra de hidrogênio como secundária.
A bomba de hidrogênio mais potente a ser testada foi a soviética Bomba Tsar, detonada em 30 de outubro de 1961 acima do Ártico. A explosão gerou uma energia de 57 megatons (1 megaton equivale a 1 milhão de toneladas de dinamite), quase 4 mil vezes mais do que a bomba de Hiroshima.