Na quinta-feira, uma grande explosão ocorreu perto do aeroporto de Damasco, com relatos iniciais alegando que se tratava de um ataque israelense contra um suposto hub de abastecimento do Hezbollah.
Comentando o ataque, o ministro israelense de Inteligência, Yisrael Katz, disse à Rádio do Exército que "o incidente na Síria se encaixa perfeitamente nas políticas israelenses… de combater as tentativas iranianas de fornecer armas modernas ao Hezbollah através da Síria".
Katz também citou a promessa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de continuar os esforços israelenses para impedir a alegada entrega de armas do Irã ao Hezbollah, que está lutando ao lado das forças do governo sírio. O grupo, que foi fundado em meados da década de 1980, é visto por Tel Aviv como uma organização terrorista.
Curiosamente, Katz evitou reivindicar a responsabilidade pelo bombardeio. Por sua vez, o gabinete de imprensa das Forças de Defesa de Israel (IDF) absteve-se de comentar sobre o assunto.
Falando à Rádio Sputnik, Sokolov observou que ainda há pouca informação disponível sobre o ataque. O analista geopolítico comentou a questão.
"Este incidente deve ser considerado em conjunto com o bombardeio por mísseis dos [EUA] autorizada anteriormente [pelo presidente dos EUA Donald] Trump. Estas ações destinam-se à internacionalização do conflito sírio", sublinhou Sokolov. Se o ataque foi realmente conduzida pela Força Aérea israelense, isso é uma violação direta da lei internacional", ressaltou o analista, assumindo que o ataque não visava alterar a balança do conflito a favor de ninguém.
"Em primeiro lugar, trata-se de uma demonstração de força que visa examinar a situação do mundo: como os outros países reagirão e quais as ações tomarão (em resposta a tal ataque). Se for confirmado, foi uma provocação deliberada", enfatizou Sokolov.
Sokolov sugeriu que o governo sírio continuará a usar medidas diplomáticas para evitar a escalada e internacionalização do conflito.
Enquanto isso, falando com a Sputnik Arábia, uma fonte militar síria negou a existência de um depósito de armas do Hezbollah perto do Aeroporto Internacional de Damasco.
Segundo a fonte, esses relatórios estão sendo divulgados por alguns meios de comunicação ocidentais e árabes "para justificar a agressão israelense".
"A Força Aérea israelense tem repetidamente cometido atos de agressão militar na Síria, aproveitando a presença de tropas internacionais em seu território, mas essas repetidas violações não ficarão sem resposta pelo Exército sírio", disse a fonte à Sputnik.
A fonte também confirmou que durante o ataque, o arsenal de armas do Exército Árabe Sírio, conhecido como "depósito do Hezbollah" por alguns meios de comunicação, não foi afetado pela recente greve.
As hostilidades entre Israel e a Síria têm aumentado repetidamente, com os aviões da Força Aérea israelense atingindo alvos na Síria em resposta a incidentes de incêndios transfronteiriços.
Em março de 2017, Damasco alertou Tel Aviv de que tomará represálias se Israel continuar com ataques aéreos no território sírio.