O senador também comenta a possibilidade de as manifestações desta sexta-feira terem força para, de alguma forma, afetar as decisões do Congresso Nacional sobre as reformas trabalhista e previdenciária:
"Eu espero que sim. Os deputados foram totalmente irresponsáveis [com a aprovação majoritária da reforma trabalhista] até o momento. Pode ser que agora tenham um reflexo, pode ser que surja uma luz na frente deles para iluminar o que eles não querem ver, que o povo está totalmente contra essas duas reformas [previdenciária e trabalhista] e elas podem então cair. O próprio presidente [Michel Temer], quem sabe, possa ter um gesto de grandeza e retire essas duas reformas porque o povo não quer as reformas. Mas aqui mesmo no Congresso, eu já tenho opinião e posição de muitos líderes da base do Governo que dizem que não votarão favoravelmente a essas duas reformas, e por isso eu espero que a manifestação de hoje, em que o Brasil parou, faça com que alguns parlamentares acordem, abram os olhos e vejam a reação de 200 milhões de brasileiros, que, de uma forma ou de outra, protestaram contra as reformas, e aí eu acho que elas podem cair."
O Senado Federal deverá receber na próxima semana a resolução adotada pela Câmara, na noite da quarta-feira, 26. A reforma trabalhista foi aprovada por 297 deputados, e 177 votaram contra. Os senadores acreditam que o Governo pedirá urgência no exame da matéria, mas os senadores de oposição ainda discutem a possibilidade de alterar alguns aspectos da reforma.
Quanto à reforma previdenciária, a Comissão Especial adiou para a próxima semana o final da discussão do relatório do Deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). O presidente da Comissão, Deputado Carlos Marun (PMDB-MS), disse que pretende encerrar a lista de inscritos na terça-feira, 2 de maio, e votar o projeto substitutivo até quinta-feira, 4.