"Faço um balanço bem otimista, porque conseguimos unificar todas as centrais sindicais, todos os movimentos sociais. Teve movimento de moradia, dos sem-teto, e a sociedade abraçou essa greve. Ela ultrapassa as centrais sindicais, porque quem está sendo prejudicada é a sociedade. O ataque não é no movimento sindical. O ataque é no cidadão brasileiro, e as pessoas entenderam isso. O movimento tem crescido. Houve paralisação em Volta Redonda, na Rio-Santos, em Niterói, em Campos. Na Rodoviária, os estivadores e o pessoal da Saúde fizeram um movimento pesado", diz o sindicalista.
A baixa adesão dos trabalhadores da área de transporte no Rio — apesar da circulação irregular de coletivos em várias cidades da Baixada Fluminense — foi reconhecida pelo integrante da CUT: ônibus, trens e metrô funcionaram regularmente. Bhatista lembra que desde o início do ano o Metrô já demitiu 700 pessoas.
"Isso é uma coisa que a gente tem que reavaliar. A questão dos trabalhadores do transporte tem que ser abraçada por todas as entidades, seja CUT, seja Força, seja a Nova Central, a CSB. Temos que pensar como fazer um trabalho de conscientização com os trabalhadores", avalia o sindicalista.
Bhatista diz que pela manhã houve uma tentativa de convencimento junto a trabalhadores e motoristas nas garagens.
"Infelizmente as empresas de ônibus aqui no Rio de Janeiro trabalham com a polícia. Elas usam o Estado, ela (polícia) vai lá para repreender. Houve um embate de madrugada com o pessoal do movimento estudantil. No BRT, a comunidade desceu. Não era nem o movimento sindical que estava lá. Era a comunidade do Mato Alto. Você formou uma garota de consciência política e de capacidade intelectual há 13 anos. Esse pessoal foi tirado do mercado de trabalho. Você tem 13 milhões que estão fora", diz Bhatista.
O dirigente da CUT ainda não havia sido informado dos novos números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O total no país subiu de 13 milhões de desempregados no quarto trimestre de 2016 para 14,2 milhões no primeiro trimestre deste ano.