Dirceu já foi julgado e condenado duas vezes na Lava Jato pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de mais de 32 anos de prisão. A defesa de Dirceu quer que a prisão preventiva dele seja revogada ou que seja transformada em prisão domiciliar.
Nesta nova denúncia, Dirceu é acusado de 33 atos de lavagem de dinheiro envolvendo obras da Petrobras com as empresas UTC e Engevix. Segundo a Procuradoria, Dirceu recebeu de propina R$ 2,4 milhões entre 2011 e 2014.
O procurador Júlio Noronha informou que parte desse valor foi usado para pagar uma empresa de comunicação, a "Entrelinhas", que tinha como função melhorar a imagem do ex-ministro durante o julgamento do mensalão.
Foram denunciados também Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que é irmão do ex-ministro; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-executivo da construtora Engevix Gerson de Mello Almada, e o ex-executivo da empreiteira UTC, Walmir Pinheiro Santana.
"É uma acusação que amadureceu, estava para ser oferecida. Em razão da análise pelo Supremo Tribunal Federal de um habeas corpus referente a José Dirceu, houve a precipitação com objetivo de trazer a tona informações que são relevantes e pertinentes, que podem ser ou não consideradas pelo Supremo Tribunal Federal dentro da ampla independência de que goza aquele tribunal", disse o procurador Deltan Dallagnol em coletiva de imprensa.
Apesar de denunciar Dirceu, os procuradores não pediram a prisão preventiva do petista, como costuma fazer a Lava Jato. Caso os procuradores tivessem pedido sua prisão preventiva, Dirceu poderia ser preso novamente, ainda que o Supremo decidisse pela sua liberação.
“Para não dar margem a qualquer interpretação equivocada, nós decidimos nesse momento não realizar um novo pedido de prisão, nesse momento, nesse caso. Entendendo, evidentemente, que existe aí razões de sobra para a manutenção da prisão de José Dirceu, que ela é extremamente necessária e manifestando nossa plena convicção de que o Supremo Tribunal Federal manterá essa prisão hoje”, afirmou Dallagnol.
Na semana passada, o STF decidiu pela soltura do pecuarista José Carlos Bumlai e do ex-tesoureiro do Partido Progressista João Cláudio Genu.