Os pais de Adriana deixaram a zona rural de Guanambi, no sertão da Bahia, e se mudaram com seus seis filhos em busca de uma vida melhor em Tupã, no interior de São Paulo. Já no interior paulista, Adriana sempre estudou em escolas públicas e decidiu no Ensino Médio que gostaria de cursar direito.
Negra e pobre, Adriana conta que as adversidades motivaram sua escolha de curso superior.
"Por estar dentro deste contexto social, eu vivenciei muitas situações injustas de exclusão. Então eu via no direito a possibilidade de buscar mais conhecimentos, de alterar o meu contexto de vida e também das pessoas que estavam próximas", recorda a juíza.
A aprovação em uma faculdade particular da cidade, contudo, não foi o suficiente. "A minha família sempre foi muito humilde e não tinha condições de me auxiliar nos estudos, mas isso não impediu que eu buscasse realizar o meu sonho ".
Para conseguir bancar os seus estudos, Adriana começou a trabalhar como faxineira na Santa Casa da cidade.
"Podemos quebrar paradigmas, as expectativas negativas das pessoas, da sociedade, através do estudo e do esforço pessoal", conta.
Após concluir a faculdade, pediu demissão do emprego e foi para São Paulo, onde continuou estudando sete anos por conta própria e com mais dificuldades para se manter até ser aprovada no concurso de juíza. Em 2011, tomou posse em Goiânia. Nesse meio tempo, Adriana ainda concluiu cinco pós-graduações na área de direito. O mais novo objetivo é concluir mais uma graduação, desta vez em Letras.
"Quero seguir a carreira de escritora, também", afirma a magistrada. Adriana já lançou seu primeiro livro: "Dez Passos para Alcançar seus Sonhos", que conta sua trajetória.
Confira na entrevista à Sputnik Brasil três conselhos de Adriana para alcançar seus sonhos: