"O presidente está arriscando. No país, os protestos vão continuar. Vinte e nove pessoas morreram. Para este ano estão previstas as eleições autárquicas, e o presidente Maduro decidiu mudar a Constituição, aprovada ainda por Hugo Chávez. Mas agora Maduro tenta criar uma assembleia constitucional, que seja constituída apenas por seus apoiadores, e alterar a Constituição, não estando claro como será realizada a assembleia", opinou o chefe do departamento de estudos políticos do Instituto da América Latina russo Zbignev Ivanovsky.
De acordo com o especialista, se levar em consideração a proporção das forças políticas e o ranking de 20% do presidente, tal decisão levará a uma escalação do conflito e não à estabilização.
Ele também destacou, que do ponto de vista jurídico, as ações de Maduro condizem com a lei. "A Constituição tem um artigo que diz que o povo tem o direito de mudá-la. Mas o presidente venezuelano já disse que o comitê iria ser formado por pessoas próximas a ele, e ninguém reconhecerá a assembleia sob tais condições", frisou Ivanovsky.