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Enfim, uma balança que tende para o lado bom

© Ivan Bueno/APPA/Fotos PúblicasPorto de Paranaguá foi um dos que mais contribuiu para o superávit da balança
Porto de Paranaguá foi um dos que mais contribuiu para o superávit da balança - Sputnik Brasil
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A balança comercial brasileira fechou abril com um superávit de quase US$ 7 bilhões, resultado de exportações de US$ 17,68 bilhões e importações de US$ 10,71 bilhões. O resultado é o maior para os meses de abril desde 2009 e foi obtido graças à valorização das commodities.

As maiores valorizações de preços ocorreram em minério de ferro (+127%) e petróleo bruto (+75%). O resultado financeiro compensou a diminuição do volume embarcado, que recuou 0,3% em abril em relação a igual mês do ano passado. Os números dão alento à economia, na opinião de István Kasznar, professor e economista da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro (FGV-RJ), com reflexos positivos para a política cambial e a redução da inflação.

"Isso significa que você tem mais exportação do que importação, o que significa ingresso de reservas internacionais, o que tende a tornar muito mais confortável a situação do balanço de pagamentos do país, com menor pressão para desvalorização cambial. Embora vejamos que os preços do minério de ferro, do petróleo, da soja e dos cítricos tenham caído ao longo do ano passado e esteja acontecendo uma melhoria ligeira neste ano, com uma certa recuperação da economia da China, grande cliente brasileiro de minério de ferro entre outros, para o Brasil, que vive uma superrecessão, certamente o mercado internacional é uma das grandes soluções e saídas", diz o economista.

Kasznar observa que o aumento do superávit colabora para o aumento das reservas brasileiras, que saíram de US$ 356 bilhões para algo em torno de US$ 364 bilhões, o que vai permitir que o câmbio não se desvalorize, facilitando o combate a inflação e a recuperação econômica. 

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"A redução da taxa de juros, que significa uma redução do Custo Brasil, a queda da pressão inflacionária, que também se nota pela taxa de juros, a evolução da economia, em certos aspectos facilitada pela reforma trabalhista, a expectativa de uma melhora provocada por uma reforma da Previdência, embora venha empobrecida, porque sumamente retalhada, várias dessas medidas vão na direção de uma retomada mais vigorosa do ciclo econômico brasileiro. A gente não está sentindo isso claramente no indicador de desemprego." Segundo Kasznar, uma taxa de 13,4%, segundo o IBGE, é a demonstração de que temos um grande drama. 

"Todavia, quando essa demanda agregada interna no Brasil diminuiu, a oferta para artigos de exportação aumentou e o país acaba tendo no seu tripé macroeconômico — inflação baixa, sustentável e sem artifícios, crescimento real contínuo e reservas internacionais em balanço de pagamentos para pagar dívidas e atrair mais capital — uma força positiva que se verificou agora. Isto é um situação excepcional (o superávit da balança). Deveríamos ter ganhos tecnológicos e não sermos apenas recordistas mundiais em exportação de ferro e associadas ao agrobusiness, o que é muito bom, mas não é condição suficiente para amortizar os problemas da indústria brasileira que no momento são muito grandes", explica o professor da FGV-Rio.

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