De acordo com o premiê japonês, o artigo 9 da Constituição deve preservar os princípios pacíficos, mas, além disso, a lei principal do país deve estabelecer o status das forças de autodefesa.
"As forças de autodefesa estão cumprindo seu dever plenamente, e gozam do apoio de mais de 90% da população. Ao mesmo tempo, muitos constitucionalistas dizem que [as forças de autodefesa] representam em si uma violação da Constituição", frisou Abe.
Ao mesmo tempo, ele sublinhou que, frente à existência de uma situação tensa em relação à segurança do Japão e em torno da Coreia do Norte, seria "irresponsável demais" pôr em risco vidas humanas no caso de uma ameaça, ao considerar a existência das forças de autodefesa como violação da Constituição.
A entrevista do premiê ao jornal japonês Yomiuri Shimbun coincidiu com o 70º aniversário da "Constituição pacífica" adotada sob os auspícios dos EUA no período pós-guerra. O governo de Abe, por sua vez, tenta emendá-la para conseguir mais independência nos assuntos da defesa.
O governo de Shinzo Abe, em uma tentativa de interpretar a Constituição, já conseguiu adotar um pacote de projetos de lei contraditórios no ano passado, sendo que estes reconhecem o direito japonês à "autodefesa coletiva" e, consequentemente, permitem a participação de militares japoneses em operações militares fora do país.