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Escravidão no século 21? Líder ruralista quer trocar trabalho por 'emprego e moradia'

© Foto / Arquivo ANPr / Fotos PúblicasTrabalhadores rurais
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Uma proposta do deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) promete dar o que falar nas próximas semanas. Em “respeito à cultura do campo”, o parlamentar quer ver aprovado um projeto de reforma trabalhista voltado ao meio rural.

Os detalhes da proposição foram repassadas pelo deputado tucano ao jornal Valor Econômico. De acordo com Leitão, a proposta vai permitir que os trabalhadores não sejam mais pagos com salário, mas sim com “remuneração de qualquer espécie”.

Isso significa que moradia e alimentação poderiam ser considerados pagamentos suficientes ao trabalhador, segundo o projeto que Leitão – que é presidente da bancada ruralista na Câmara dos Deputados – pretende apresentar para apreciação.

“As leis brasileiras e, principalmente, os regulamentos expedidos por órgãos como o Ministério do Trabalho são elaborados com fundamento nos conhecimentos adquiridos no meio urbano, desprezando usos, costumes e a cultura do campo”, disse o tucano ao Valor.

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O projeto irá sugerir ainda o aumento da jornada de trabalho para até 12 horas diárias por “motivos de força maior”, como a quebra de um equipamento agrícola, regulamentação de períodos de até 18 dias de trabalho ininterrupto e venda integral das férias.

Entidades ligadas a trabalhadores ouvidas pelo jornal demonstraram preocupação com as alterações sugeridas nesta nova proposta, algumas delas preteridas na mais recente Reforma Trabalhista (uma das justificativas é que, diante das polêmicas, a proposta poderia atrasar o andamento da reforma no Congresso).

Contudo, Leitão já garantiu que o governo do presidente Michel Temer, por meio da Casa Civil, apoia o projeto.

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