As duas falas foram proferidas durante uma audiência no Senado.
Questionado pelo senador republicano Lindsey Graham se “é justo dizer que o governo russo ainda está envolvido com as políticas norte-americanas”, Comey respondeu que “sim”.
Na mesma audiência, o diretor do FBI explicou que as investigações em torno do suposto envolvimento de pessoas da campanha presidencial de Donald Trump com o governo da Rússia estão em andamento.
A afirmação é semelhante ao que Comey disse em 20 de março, quando revelou que o FBI estava apurando um possível esforço russo para interferir nas eleições dos Estados Unidos em 2016, incluindo relações entre pessoas da campanha de Trump com o Kremlin.
“A maior lição que aprendemos é que a Rússia fará isso de novo. Em razão das eleições de 2016, eles viram que funcionou”, avaliou. Ainda sobre a Rússia, Comey destacou que o país é “a maior ameaça de qualquer nação na Terra, dada a sua intenção e capacidade”.
A Rússia sempre negou qualquer tentativa de interferência nas eleições norte-americanas ou de qualquer outro país, chamando as acusações de absurdas.
Clinton
Outra investigação em andamento envolve o uso de um servidor de e-mail privado pela ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Comey prometeu “punições severas” em caso de vazamentos de informações a respeito da investigação.
Até o momento a apuração não rendeu punições, embora Comey tenha dito que Hillary foi pouco cuidadosa ao usar um e-mail pessoal para assuntos de Estado. Vários aliados de Trump disseram ter tido acesso a dados da investigação sobre o caso.
A própria Hillary disse na terça-feira que a carta enviada pelo diretor do FBI ao Congresso, no ano passado, na qual ele tratava da apuração em andamento, contribuiu para o fracasso da corrida presidencial da candidata democrata.
Parte do material caiu nas mãos do Wikileaks, que divulgou detalhes dos e-mails de Hillary quando secretária de Estado dos EUA. Hackers russos foram apontados como responsáveis pelo roubo das informações, o que não foi corroborado nem pela Rússia, nem por Trump ou pelo próprio Wikileaks.