Nesta quarta-feira, em visita à Lituânia, país que será observado pela Força Aérea dos EUA durante os exercícios russos, o secretário de Defesa norte-americano, James Mattis, afirmou que qualquer evento desse porte é "simplesmente destabilizador", um dos motivos que justifica o aumento da presença da OTAN na região. Segundo ele, os países bálticos têm sido um exemplo no que se refere aos compromissos firmados junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma vez que estes vêm expandindo os seus orçamentos militares.
Uma grande preocupação da aliança liderada por Washington é a de que a Rússia aproveite o Zapad, realizado a cada quatro anos, para fazer mudanças significativas em suas instalações de mísseis ao longo da fronteira ocidental, inclusive modernizando-as com mísseis balísticos Iskander, capazes, segundo especialistas, de atravessar os escudos antimísseis norte-americanos.
"Eu tenho muito respeito pelas Forças Armadas russas para pensar que eles acreditam que existe alguma capacidade ofensiva", afirmou Mattis, se referindo ao aumento de tropas e equipamentos da OTAN em zonas próximas às fronteiras da Rússia, o que vem se intensificando desde o início da crise na Ucrânia, a qual, segundo o Ocidente, estaria diretamente ligada a uma interferência de Moscou.
Secure #Baltic States – secure Alliance. #US role – indispensable. Meeting w/ #US DefSec James Mattis pic.twitter.com/kQaZBxTo8k
— Dalia Grybauskaitė (@Grybauskaite_LT) 10 de maio de 2017
"Estados bálticos seguros, aliança segura. O papel dos EUA é indispensável", escreveu a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, em seu Twitter, depois de um encontro com o secretário de Defesa americano.
Após a reintegração da península da Crimeia ao território russo, em 2014, os Estados Unidos lançaram uma forte campanha de propaganda para descrever a Rússia com uma séria ameaça à paz da Europa, acusando o país de ser capaz de agredir e invadir qualquer Estado soberano do Leste Europeu. Com base nesse discurso, repetido infinitas vezes tanto por Washington como por seus parceiros, o Pentágono está considerando instalar uma bateria de mísseis Patriot no Báltico durante exercícios que a OTAN planeja realizar em julho na região, conforme revelaram funcionários da Defesa norte-americana em Vilnius. No entanto, ainda não há confirmação oficial sobre isso.