"Se a cratera Loki na verdade for um mar de lava, ela abrange um milhão de vezes mais espaço do que os lagos de magma comuns da Terra", Katherine de Kleer, pesquisadora da Universidade da Califórnia, escreveu em um artigo para a revista científica Nature.
O satélite do planeta gigante, Io, foi descoberto pelo astrônomo Galileu Galilei em 1610, bem como três outras luas de Júpiter — Europa, Ganimedes, Calisto. A lua Io é considerada o corpo celeste com maior atividade vulcânica do Sistema Solar.
Planetólogos já provaram que a cratera em questão não se trata de um supervulcão, e sim de um lago especial cheio de magma. A cratera Loki tem cerca de 200 km de diâmetro e é coberta por uma camada fina de magma solidificada, sendo, assim, dificilmente vista pelos telescópios terrestres, com exceção dos telescópios de rastreamento infravermelho.
Graças à descoberta, cientistas revelaram a instabilidade da superfície da lua de Júpiter. Pesquisadores acreditam que as mudanças de sua aparência estejam ligadas à rotação específica de lava no seu núcleo.
Os dados, recebidos por telescópio infravermelho, revelaram que a temperatura da superfície de Loki aumentou constantemente de uma extremidade à outra e que a lava formou duas ondas, que "varrem" a cratera na direção de oeste para leste e "percorrem" uma distância de aproximadamente um quilômetro por dia.
Vale destacar que as ondas de magma em questão se movem com velocidades diferentes, indicando uma distinção de composição química do magma em várias partes da cratera, acreditam os pesquisadores.
Mas essa hipótese poderá ser testada somente em 2021, quando Europa e Io se encontram mais uma vez. Ao mesmo tempo, NASA planeja enviar para Io a sonda Io Volcano Observer, cujo encontro com o satélite de Júpiter está marcado para 2026.