"Inicialmente pensávamos que os clarões eram provocados pelo reflexo do Sol no oceano, mas depois descobrimos muitas “manchas brancas” por cima da Terra. Elas não podem ser reflexo da luz da superfície dos rios e lagoas. Parece que estes clarões surgem na atmosfera terrestre quando a luz se reflete nas pequenas partículas de gelo que se encontram em posição horizontal", explica Aleksandr Marshak do Centro de Voos espaciais de NASA Goddard em Greenbelt (EUA).
A sonda DSCOVR, que foi lançada ao espaço em fevereiro de 2015 é um dos últimos e mais modernos satélites climáticos da NASA e da Administração de Pesquisas Oceânicas e Atmosféricos (NOAA). Ao contrário de outras sondas deste tipo, ela não está na órbita terrestre, mas no espaço aberto, no ponto onde as forças de gravitação do Sol e da Terra se equilibram.
Como mostrou a análise, os clarões surgem por cima da superfície terrestre bem como por cima do oceano, mas todos eles estão concentrados na parte do planeta iluminada pelo Sol. Por exemplo, no inverno as manchas surgem mais frequentemente na parte tropical do hemisfério sul, no verão – na parte análoga do hemisfério norte, nos dias de equinócio – na parte equatorial.
Tais manchas ou clarões, opinam os cientistas, podem ser usados para pesquisas de planetas distantes, e, em particular, para a avaliação da sua aptidão para a existência de vida. A luz das estrelas refletida no gelo da atmosfera dos exoplanetas será mais forte do que a luz do próprio planeta, e no seu espetro estará contida toda a informação sobre a composição química da atmosfera e sobre a sobre a possível existência de vida.