A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA deve assumir parte da responsabilidade pelos recentes ciberataques, na sequência dos quais, segundo dados de sábado (13), ficaram contaminados os computadores de cerca de 30 milhares de organizações chinesas, frisa a edição.
O China Daily também frisa que um certo relacionamento entre os produtos de software americanos e os recentes ciberataques globais torna ainda mais atuais os esforços da China para substituir as tecnologias de computação estrangeiras por produtos de produção própria.
O especialista em inteligência concorrencial, ex-funcionário da Agência Federal de Comunicações e Informação Governamentais, Andrei Masalovich, partilha a postura da parte chinesa, formulada pela edição:
"Hoje em dia, no espaço cibernético se cruza um grande número de interesses muito fortes e divergentes. Aqui não há verdade, não há justiça, aqui há uma colisão de interesses em um campo de direito cibernético que ainda está em fase de formação. Neste caso, estou completamente a favor dos chineses. Os americanos já falharam perante a comunidade internacional, tanto mais que isso já aconteceu por duas vezes. É um fato confirmado que a NSA elabora programas maliciosos", esclareceu.
Aquilo que se passa hoje em torno do ataque informático não é o mais perigoso, opina o especialista. Ainda mais perigosas são as acusações contra a Coreia do Norte. Se este tema for promovido pelos americanos, talvez "sejam lançados mísseis, o que já é um cenário completamente diferente", advertiu o Masalovich.
O analista partilha a preocupação chinesa pela ausência de coordenação e cooperação com os EUA na luta contra a criminalidade cibernética. Ao mesmo tempo, não se trata apenas da China e dos EUA. Na opinião de Masalovich, aqui são necessários esforços internacionais, já que não estão definidos os conceitos básicos do ciberespaço.
Outro especialista em assuntos de segurança cibernética, Yevgeny Yaschuk, destacou outro obstáculo importante:
"Há vários tipos de armas que primeiramente são elaboradas dentro de estruturas governamentais e depois passam para as mãos dos vilões. As armas informáticas são mais um produto de programação. Consequentemente, sua divulgação é mais facilitada do que a das armas nucleares, químicas ou bacteriológicas. Por isso, a hipótese de que os programas especiais elaborados sob controle de serviços secretos sejam usados com fins criminosos, muitas vezes com o conhecimento dos serviços de inteligência, é muito alta."