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STF libera áudio de conversa entre Michel Temer e Joesley Batista

© REUTERS / Adriano MachadoMichel Temer, presidente interino do Brasil
Michel Temer, presidente interino do Brasil - Sputnik Brasil
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Foi liberado na noite desta quinta-feira, 18, o áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e o delator e dono da JBS Joesley Batista, na qual o chefe de Estado brasileiro teria dado aval ao pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha para que ele permanecesse em silêncio na prisão.

O arquivo de aproximadamente 40 minutos foi gravado em 7 de março por Batista durante um encontro com o presidente no Palácio do Jaburu e apresentado como prova em uma delação premiada homologada pelo STF. 

Por volta dos 11 minutos e 35 segundos, é possível ouvir Temer pronunciando a polêmica frase que chocou o Brasil na última quarta-feira (Tem que manter isso, viu?), quando supostamente informado sobre a propina que estava sendo paga ao deputado cassado Eduardo Cunha para que ele se mantivesse em silêncio na prisão. No áudio, não há referência literal a esses pagamentos.

"O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo com o Geddel. Volta e meia citavam alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu estou lá me defendendo", diz Batista. "O que eu mais ou menos estou fazendo até agora? Eu estou de bem com o Eduardo", acrescenta o empresário antes de ser interrompido:

"Tem que manter isso, viu?", fala Temer, em voz baixa.

Michel Temer durante uma cerimônia dedicada ao Bolsa Família em 29 de junho de 2016 - Sputnik Brasil
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'Não renunciarei', diz Temer em pronunciamento
Cunha, que presidiu a Câmara de fevereiro de 2015 a julho de 2016, era um grande aliado de Temer e ameaçou delatar um grande número de políticos e empresários quando foi preso, no âmbito da operação Lava Jato, por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A notícia sobre a existência dessa gravação agitou o país na noite de ontem e durante todo o dia de hoje. A expectativa era a de que o presidente pudesse renunciar em meio às tensões provocadas. No entanto, nesta tarde, ele negou em pronunciamento oficial a possibilidade de deixar o cargo, garantindo que não tinha nada a esconder e que jamais autorizou a compra do silêncio de Cunha.

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