De acordo com o jornal The Washington Post, uma pessoa próxima a Trump e do alto escalão do governo seria um dos principais alvos dos investigadores que apuram as possíveis conexões entre a campanha de 2016 do presidente e o Kremlin.
O mesmo jornal diz que Kushner seria hoje uma das pessoas do alto escalão com contatos com a Rússia, ao lado do advogado-geral Jeff Sessions e do secretário de Estado Rex Tillerson. Contudo, a publicação não informa quem seria o nome investigado.
Já um repórter da New York Magazine disse ter confirmado com quatro fontes diferentes de que o nome em questão é o do genro de Trump.
NYmag reporter says that WH official identified as a "person of interest" in Russia investigation is Jared Kushner https://t.co/nwrMzLQHef
— Peter Sterne (@petersterne) 19 de maio de 2017
A Casa Branca não comentou a ilação, que aparece na mídia dos EUA no mesmo dia em que o presidente embarcou para a sua primeira viagem internacional, em que passará por cinco países. Kushner compõe a delegação do país nesta viagem.
O fato de ter o marido da filha Ivanka Trump no centro das investigações teria sido, de acordo com a mídia norte-americana, o motivo real para a demissão do então diretor do FBI, James Comey. Especula-se que Trump teria pedido para que a apuração não avançasse. Ao se recusar a atender ao pedido do presidente, Comey teria sido demitido.
Há dois dias, Robert Mueller, que foi o antecessor de Comey no FBI, foi indicado por Trump para conduzir as investigações sobre as supostas ligações entre o republicano e a Rússia.
Também nesta sexta-feira, o porta-voz da Casa Branca Sean Spicer sugeriu que as ações de comey teria “colocado pressão desnecessária” nas relações dos EUA com os russos.
“Ao defender e politizar a investigação sobre as ações da Rússia, James Comey criou uma pressão desnecessária sobre a nossa capacidade de se envolver e negociar com a Rússia”, comentou.
Mais cedo, o jornal The New York Times havia publicado uma informação de que Trump teria dito ao ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que demitir Comey aliviou uma “grande pressão”.
Tanto Trump quanto a Rússia negam qualquer conluio que possa ter influenciado nas eleições presidenciais do ano passado.
Comey irá testemunhar
James Comey concordou em testemunhar publicamente a respeito da investigação que conduzia até a semana passada, segundo informaram as autoridades do Congresso norte-americano.
A ala democrata do Congresso espera que o ex-diretor do FBI confirme quais forem os reais motivos alegados por Trump para a sua demissão do posto. Ainda não há data para o depoimento, mas espera-se que ele ocorra logo após o dia 29 de maio.