Em sua polêmica delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada nesta sexta-feira, Batista e o diretor da JBS Ricardo Saud disseram que os antecessores de Michel Temer, através do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, recebiam pagamentos em contas no exterior como contrapartida por esquemas ilegais que favoreciam a empresa junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a fundos de pensão.
De acordo com o empresário, os valores permaneceram nessas contas, criadas em 2009 e 2010, até 2014, quando foram utilizados para financiar campanhas eleitorais.
A defesa do ex-presidente Lula divulgou uma nota em resposta a essas acusações, dizendo que "as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados". Já a assessoria de Dilma Rousseff disse que são "improcedentes e inverídicas" as afirmações de Joesley Batista sobre a ex-presidenta, uma vez que ela nunca teve contas no exterior e "jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos".
Assim como Lula e Dilma, vários outros políticos foram citados na delação como beneficiários de esquemas semelhantes envolvendo a JBS, como os senadores José Serra (PSDB-SP), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Marta Suplicy (PMDB-SP), os deputados João Bacelar (PR-BA) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os ministros Gilberto Kassab (PSD) e Marcos Pereira (PRB), e os governadores Robinson Faria (PSD-RN), Raimundo Colombo (PSD-SC), Cid Gomes (PDT-CE), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Silval Barbosa (PMDB-MT), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), André Puccinelli (PMDB-MS), e Fernando Pimentel (PT-MG).