O Su-27 reuniu os últimos avanços da escola soviética de construção aeronáutica, através dos quais o aparelho adquiriu na origem um enorme potencial de modernização. Atualmente, dezenas de versões modernizadas deste caça, bem como aeronaves criadas sobre a sua base, protegem e defendem os céus de mais de 20 países.
Os recordes do Su-27
Oficialmente, o Su-27 entrou em serviço na Força Aérea da URSS em 23 de agosto de 1990. Naquele tempo, o novo caça soviético já tinha batido o recorde mundial de velocidade de subida.
Em 27 de outubro de 1986, o piloto de testes Viktor Pugachev conseguiu atingir uma altitude de 3.000 metros em apenas 25,4 segundos.
Além disso, o Su-27 se tornou o primeiro avião de combate russo equipado com sistema de condução por comandos eletrônicos. A introdução de um novo sistema de direção permitiu aumentar a capacidade de manobra e a eficiência do avião, e os pilotos ficaram capazes de realizar acrobacias aéreas complexas em velocidades baixas e altas.
Outras modificações da aeronave, como o Su-27SM, também dispunham de sistemas para destruir alvos em terra com mísseis de precisão Kh-29, Kh-31 e Kh-59. Mas a missão principal do avião continuava sendo a superioridade aérea.
As vantagens dos Su-27, frente aos seus rivais ocidentais, foram demostradas pela primeira vez em agosto de 1992.
Os pilotos russos derrotaram os norte-americanos e ficou claro que o Su-27 superava amplamente o F-15 por sua capacidade de manobra em velocidades subsônicas, um trunfo importante em combate aéreo a curta distância.
Os militares norte-americanos batizaram o su-27 como "flanker", flanqueador — um apelido que faz referência à sua capacidade para realizar manobras e ataques bruscos de direções inesperadas.
Os "descendentes" da lenda
Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, atualmente a Força Aeroespacial da Rússia dispõe de 50 Su-27, 10 Su-27UB, 47 Su-27SM — com aviônica avançada e um novo sistema de controle de fogo — e 14 Su-27SM3 — com motores AL-31F-M, estrutura reforçada e pontos de suspensão adicionais para armamento. Além disso, 18 Su-27 estão em serviço da aviação naval da Marinha russa. O porta-aviões Admiral Kuznetsov dispõe de 17 Su-33 (Su-27K) com asas dobráveis.
A versão seguinte desta aeronave foi o Su-30, capaz de destruir com a mesma eficiência alvos em terra e no ar, a qualquer altura do dia ou da noite e em quaisquer condições climáticas.
O Su-30 tem um radar de varredura eletrônica ativa que lhe permite detectar de forma automática seus objetivos e segui-los a longas distâncias e em combate a curta distância. Além disso, eles podem apontar outros caças para seus objetivos.
Assim, esta aeronave pode executar algumas funções próprias dos aviões de alerta antecipado e controle aéreo. Além disso, as versões mais recentes dos Su-30 são equipados com potentes sistemas de guerra eletrônica para se defenderem tanto de caças inimigos como de sistemas de defesa antiaérea.
Os Su-27 adquiridos por outros países participaram de vários exercícios com aviões da OTAN e sempre obtiveram o mesmo resultado: uma vitória esmagadora.
Em 2015, por exemplo, os caças Su-30MKI indianos participaram de um combate de treinamento com os Eurofighter Typhoon da Força Aérea do Reino Unido. Os pilotos índianos venceram seus rivais britânicos com uma pontuação de 12 a 0.
Nesse país árabe também lutam outros "netos" do Su-27: o versátil e multifuncional caça Su-35 e o caça-bombardeiro Su-34. O primeiro corresponde a um avião de quinta geração, por todas as suas características, exceto a furtividade. Além disso, ele está equipado com o mais avançado sistema de informação e controle: o novo radar Irbis, e potentes motores AL-41F1S. Ele também conta com um sistema de ignição a plasma e controle do vector de impulso. Atualmente, o exército russo conta com cerca de 60 Su-35.
O Su-34 não precisa de apresentação. Este caça-bombardeiro foi um dos protagonistas da operação da Força Aeroespacial na Síria e pode levar a todo tipo de meios de destruição aérea: desde mísseis não guiados até bombas aéreas teleguiadas, assim como atacar alvos em qualquer condição climática e participar na guerra eletrônica de forma eficaz.
Em breve, o exército da Rússia irá dispor de um "bisneto" do Su-27: o primeiro caça russo de quinta geração T-50. Esta aeronave vai encarnar os melhores traços da numerosa família Sukhoi e, em um futuro próximo, se tornará o principal avião de combate da Força Aeroespacial russa.