O governo iraniano e os sauditas trocaram farpas públicas recentemente, com acusações sobre quem estaria prejudicando a estabilidade no Oriente Médio, financiando organizações fundamentalistas, e buscando o domínio regional.
“[Trump] deve iniciar o diálogo com eles sobre formas para prevenir que terroristas e ‘takfiris’ [extremistas sunitas] continuem a inflamar a região e repetir atos como o incidente de 11 de Setembro por ser patrocinadores ocidentais”, comentou Zarif, em artigo publicado pelo site al-Araby al-Jadeed, sitiado em Londres.
A indicação feita pelo iraniano levanta uma velha polêmica: a de que a Arábia Saudita teve um papel importante nos atentados de 2001 nos Estados Unidos.
Em março deste ano, um processo iniciado pelas famílias de 850 vítimas do 11 de Setembro alegou que nove organizações de caridade sauditas, que representam o governo de Riad, comandaram campos de treinamento para terroristas no Afeganistão e, assim, trabalharam junto ao terrorista Osama bin Laden, tido como mentor dos atentados.
O governo saudita negou qualquer ligação com os ataques ou qualquer apoio aos 19 terroristas envolvidos no 11 de Setembro, a maioria deles de origem saudita.
No mesmo artigo, Zarif pediu que Trump pressione o governo da Arábia Saudita para que pare com “a guerra fútil e os ataques destrutivos contra a população do Iêmen”, adicionando que o Irã está determinado a combater o terrorismo e o extremismo, restabelecendo ainda a estabilidade na vizinha Síria.
Durante a sua campanha presidencial, Trump se referiu várias vezes à conexão dos sauditas com o 11 de Setembro. Porém, ele baixou o tom das críticas após ter sido eleito para conduzir os Estados Unidos. Na última semana, os dois países fecharam um acordo militar de US$ 350 bilhões.