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Corruptores não podem cometer crimes e ir aos EUA 'comer camarão', afirma especialista

CC BY 2.0 / Victor / Handcuffs
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O mais recente escândalo de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), entre outros nomes, evidencia uma falta de punição à corrupção e afasta investidores, na avaliação do especialista em segurança e contrainteligência empresarial Ricardo Gennari.

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O professor da FIA/FIPE afirma que a delação da JBS "traz um sinal negativo para os investidores" e deixa o país com sua segurança jurídica e política afetadas. As denúncias, avalia Gennari, vão afetar a avaliação que órgãos de compliance de bancos e empresas fazem do Brasil já que o cenário atual é de instabilidade política.

Além de simplificar a legislação e acentuar a independência de órgãos de investigação como o Tribunal de Contas e o Ministério da Fazenda, na opinião de Gennari, falta punição aos criminosos de colarinho branco.

"Estamos vendo apenas uma parte da punição, porque esses irmãos Batista (Joesley e Wesley) saíram do Brasil, mesmo com a delação que fizeram, existe uma certa impunidade no sentido deles, quer dizer, eles fizeram uma delação e estão nos Estados Unidos, em Nova York, comendo camarão, e o Brasil ficou nessa crise."

Joesley Batista, responsável por gravar o presidente, viajou para os Estados Unidos após fechar seu acordo de delação premiada. Já Wesley, segundo o que a JBS informou ao jornal Folha de S. Paulo, continua trabalhando normalmente no Brasil.

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Gennari também destaca que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), responsável pela "inteligência financeira", não está cumprindo com seu trabalho.

"Qual controle está sendo feito dessa saída de recursos do sistema financeiro? Nós estamos falando em bilhões, não em dinheiro de doce. Como está saindo isso e não está sendo monitorado? O COAF precisa responder porque isso não está acontecendo."

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