Chefe do Centro de Estudos Brasileiros e Latino-Americanos da Middlesex University, Francisco Dominguez disse à Sputnik que considera a situação na Venezuela a consequência do fracasso do "estado de aparato" dos Estados Unidos.
Enquanto isso, Maduro compartilhou mais detalhes sobre a próxima Assembleia Constituinte — o órgão que vai escrever a nova constituição para o Estado. A Assembleia incluirá 540 membros de todas as classes, de pescadores venezuelanos a empresários. Não se espera que os membros da Assembleia reescrevam a Constituição inteira a partir do zero, mas sim ampliem a existente, a fim de assegurar que os princípios da Revolução Bolivariana estejam "entrincheirados" no novo documento.
As próximas eleições locais elegerão novos governadores e prefeitos em todo o país — um movimento que a oposição exigiu há muito tempo, com várias dezenas de pessoas sendo mortas em protestos por eleições perpetuamente adiadas. Agora que Maduro anunciou estas eleições, entretanto, a Assembleia Nacional controlada pela oposição rejeitou ferozmente o chamado, Dominguez observou.
"A oposição está se metendo em um canto, e a única coisa que resta é basicamente o bullying, tentando obter uma intervenção internacional, além de ter cada vez mais violência, o que é completamente insano", disse Dominguez, notando que já há pessoas nas ruas, causando destruição e caos.
"A dinâmica que está sendo criada dentro da corrente de coalizão é 'quanto mais extremo você é, mais provável que você seja ouvido em Washington'", disse Dominguez.
A voz da razão de "mentes esclarecidas", na palavra do pesquisador, é completamente silenciada pelos apelos ensurdecedores de medidas extremas.