Em entrevista à Sputnik China, o especialista russo Valery Kistanov afirmou que hoje em dia os temores do Japão estão se convertendo em histeria a nível nacional. O analista assegura que os habitantes das regiões do país, banhadas pelo mar do Japão (também conhecido como mar do Leste), estão se preparando para ataques norte-coreanos contra as usinas nucleares e para o desembarque das tropas do país juche, indica Kistanov.
Tóquio entende toda a gravidade da situação e insiste que Pequim corte as relações comerciais com Pyongyang, já que o governo japonês considera ser esta a única fonte de sobrevivência do governo de Kim Jong-un.
A parte japonesa não quer que Pequim aumente a pressão já que, segundo Tóquio, é impossível solucionar o problema norte-coreano sem sanções chinesas.
O entrevistado acredita ser pouco provável que os chineses deem tal passo porque isto inevitavelmente resultará em um colapso e em uma crise econômica da nação juche. Kistanov assinalou que esta opção evidentemente não convém à China porque as implicações deste cenário prometem ser devastadoras.
A terceira causa parece muito mais preocupante para Pequim. Se a liderança norte-coreana não conseguir manter seu poder no país, surgirá um movimento de reunificação com a Coreia do Sul. Caso isto suceda, é possível que as tropas americanas apareçam junto à fronteira chinesa.
"Pequim não pode permitir que esta linha vermelha seja cruzada por alguém", disse Kistanov.
Quanto à solução armada do problema norte-coreano, esta causaria uma catástrofe na região e os primeiros afetados pela represália de Pyongyang seriam o Japão e a Coreia do Sul.
"Embora os EUA estejam do outro lado do oceano, Tóquio e Seul enfrentam uma situação sem ganhadores possíveis", resumiu.