Relator da Operação Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin autorizou a PF para colher o depoimento do presidente em um prazo de 10 dias. Por sua vez, Temer poderia só responder as perguntas dos agentes por escrito.
Para a defesa de Temer, uma gravação que “de antemão já se sabe fraudada” torna “impossível” responder os questionamentos que venham a ser feitos pela PF ao presidente. Assim, os advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo Mendonça de Alvarenga pedem que o depoimento seja suspenso.
No mesmo pedido, os defensores do peemedebista pedem que, se o depoimento não for suspenso, que perguntas relativas ao teor da conversa entre Temer e Batista não sejam feitas. Para os advogados, “a desejável celeridade para finalização das investigações não pode atropelar direitos individuais e garantias constitucionais”.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a defesa de Temer ainda tenta desmembrar a investigação envolvendo o presidente daquela que apura a conduta de Rodrigo Rocha Loures, então deputado afastado e assessor próximo do peemedebista. Ele seria o encarregado de receber os pagamentos da JBS, segundo delação dos irmãos Batista.
Fachin já indicou anteriormente que não aceitará estratégias que visem “ganhar tempo”. A celeridade para o depoimento de Temer considera o fato de uma investigada – Roberta Funaro, irmã do operador Lúcio Funaro – estar presa preventivamente, e neste caso a detenção não pode ultrapassar os 10 dias.
A expectativa de Temer é não ver o depoimento representar algo contra si mesmo às vésperas do julgamento da chapa Dilma-Temer, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 6 de junho. A possibilidade de um pedido de vista no tribunal lhe daria também mais tempo para tentar aprovar as reformas da Previdência e a Trabalhista, vistas como fundamentais pelo mercado e que, politicamente, são essenciais para dar sobrevida à sua permanência no Palácio do Planalto.