Segundo Michael Elleman, especialista sênior para defesa antimíssil no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, em inglês), o motor utilizado no míssil Hwasong 12, testado pelos norte-coreanos no dia 14 de maio, pode ter sido fornecido por russos ou ucranianos.
“É altamente improvável que [o motor] tenha sido projetado, desenvolvido e produzido na região. Minha hipótese de trabalho neste ponto, dada a performance do motor, sua aparência, é que ele é provavelmente derivado de um antigo motor russo chamado RD-250”, disse.
Segundo informações de Pyongyang, o míssil atingiu a altitude de 2.111,5 quilômetros, antes de cair no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste), a 787 quilômetros do ponto de lançamento. Se disparado em um ângulo normal, especialistas acreditam que o míssil poderia ter voado por 4.500 quilômetros até o seu alvo.
O teste foi um dos nove que a Coreia do Norte realizou apenas em 2017, em uma clara demonstração de que o país asiático busca avançar rapidamente na sua busca pelo desenvolvimento de um míssil intercontinental (ICBM), este capaz de percorrer longas distâncias – o que representaria uma ameaça clara a países como os Estados Unidos.
De acordo com Elleman, o motor do Hwasong 12 é muito diferente daquele usado em outro míssil de médio alcance, o Musudan. Diante da semelhança com o motor de um conhecido míssil russo, o especialista norte-americano especula que o fornecimento da tecnologia tenha vindo do Leste Europeu.
“O que é importante aqui é que [o motor] vem de um fabricante diferente do que todos os outros motores e mísseis que vimos sendo usados na Coreia do Norte. Poderíamos estar próximos de vermos surpresas no futuro. É muito difícil unir suas capacidades e o que pode ocorrer no futuro, porque não sabemos se eles têm acesso a novos e melhorados mecanismos”, analisou.
Para Elleman, os norte-coreanos estão a pelo menos três anos de conseguirem produzir o desejado míssil intercontinental. Ao longo desse período, é provável que uma série de testes com mísseis continuem a ser conduzidos por Pyongyang, a fim de refinar o desenvolvimento do armamento.
“Então eu não prevejo um ICBM operacionalmente viável antes de 2020, talvez 2021. Para uso de emergência, eles poderiam encurtar esse prazo, mas com o risco de que uma ou uma grande fração de sua força de mísseis falhariam”, concluiu.