O caso dele é histórico, sendo o quarto deste tipo em geral e o primeiro na Dinamarca. Quando John Salvesen filmou queimando o Alcorão em seu jardim no Natal de 2015, ele mal podia imaginar tal reação. Após publicar seu vídeo em um grupo anti-islâmico no Facebook, ele foi interrogado pela polícia e foi acusado de racismo, e mais tarde de blasfêmia.
De acordo com a lei atual, a destruição de objetos de culto pode levar a multas e prisão de até 4 meses. No entanto, há chances de Salvesen escapar da punição, pois é esperado que todos os partidos do governo dinamarquês e até os de oposição, com exceção do Partido Socialdemocrata, acabem com a lei antiga de blasfêmia em uma votação, que será realizada na sexta-feira (2).
O advogado de Salvesen, Rasmus Paludan, espera que o caso seja cancelado.
"Acredito que isso seja muito bom. Estou à espera disso há um ano e meio. É uma cláusula ridícula. No meu caso, queimei um Alcorão. Não é blasfêmia", disse John Salvesen à rádio Danish Radio, argumentando que o fez porque se tratava de "um manual de ódio". "Não vejo nada de ruim em queimar suas próprias coisas, caso você queira", acrescentou. "Somos considerados um país com liberdade de expressão, mas eu fui privado de minha liberdade ou quase privado", disse.
Ele também admitiu ter queimado a Bíblia, o que por acaso não atraiu muita atenção da mídia.
"Queimei o Novo Testamento. Isso nunca foi usado contra mim ou explodido [na mídia]", John Salvesen disse.
A Dinamarca tem uma diáspora crescente de muçulmanos que constitui cerca de 5% da população dinamarquesa de 5,6 milhões. Para os muçulmanos, que acreditam que o Corão foi escrito pelo profeta Maomé, o fundador do islã, ditado pelo próprio Deus, a destruição do livro sagrado é extremamente ofensivo, pois desonra o profeta.
O caso de Salvensen é o quarto deste tipo. Outros exemplos de casos de blasfêmia incluem calúnia contra judeus, participação de batismo falso, bem como a transmissão pela rádio de uma música que ofende a fé cristã.