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Manifestações pedindo saída de Temer e Diretas Já têm nova trilha sonora

© Paulo Pinto/AGPT/Fotos PúblicasManifestação no Largo da Batata reuniu 100 mil pessoas, segundo os organizadores
Manifestação no Largo da Batata reuniu 100 mil pessoas, segundo os organizadores - Sputnik Brasil
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Em lugar de bandeiras vermelhas e de centrais sindicais, muita música e também palavras-de-ordem. Essa tem sido a tendência das últimas manifestações que ocorrem no Brasil pedindo a saída do presidente Michel Temer e a convocação de eleições diretas.

O showmício do último domingo em São Paulo reuniu 100 mil pessoas, segundo os organizadores. O evento, no Largo da Batata, na zona oeste da capital paulista teve cantores e grupos musicais que se alternaram no palco fazendo críticas às reformas, ao Congresso e os casos de corrupção denunciados em várias esferas de governo. Parlamentares de vários partidos estiveram presentes ao evento, mas não subiram ao palco e não fizeram discursos. O mesmo clima e a ausência de centrais sindicais e partidos ocorreu na manifestação de 28 de maio, na Praia de Copacabana. Lá, 50 mil pessoas fizeram manifestação semelhante, enquanto ouviam as apresentações de artistas como Milton Nascimento e Caetano Veloso.

Para a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Camila Lanes, há um novo formato de mobilização popular que está se descolando das bases tradicionais dos protestos.

"Entramos em um consenso que a pauta pelas diretas e Fora Temer não é uma pauta exclusiva de um partido ou de um lado e, sim, de todo o povo brasileiro. Talvez isso esteja acontecendo de uma forma mais espontânea, porque já tem marcadas em outras capitas. As pessoas já identificaram que não basta identificar um ato com bandeiras vermelhas, não basta 40 políticos para fazer uma fala. A população não quer ter mais contato com essa bolha. A gente conseguiu que a população compreendesse do que se estava tratando. A leitura é: estamos abertos a todas as investidas que a gente possa fazer e a população não ache que essa é uma pauta de um lado ou de outro", explica a presidente da UBES que, com outras entidades, começa a organizar um ato em defesa das Diretas Já composto só por mulheres em todo o Brasil.

Camila exemplifica o aumento dos atos espontâneos, como o ocorrido logo após a divulgação do áudio da conversa entre o presidente Temer e o empresário Joesley Batista, do grupo JBS. A presidente da UBES se disse impressionada com a rapidez das manifestações em Goiás, onde estava, não só nas redes sociais, como também nas ruas e praças reunindo mais de cinco mil pessoas. 

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A presidente da UBES não concorda, porém, com a tese de que as manifestações que estão ocorrendo durante shows sejam um descolamento da sociedade dos partidos políticos, também envolvidos em denúncias de caixa dois e corrupção. 

"Enquanto a população não compreender que a política é o problema, e é ela que temos que resolver, estaremos sempre dando um passo atrás. Como se pode classificar um ato como apartidário se é a política que temos que resolver e onde encontramos solução ou não para os nossos problemas. Ou a gente vai insistir em uma nova política para o Brasil, ou a gente vai fingir que não, que a gente vive num país onde os partidos definem o preço de tudo, o futuro de tudo e até a nossa Previdência. A gente não tem mais tempo de errar. de 2013 para cá, a gente teve um laboratório de experiências sociais", finaliza Camila.

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