"O governo se compromete com alguns vetos que foram objeto dos debates que nós fizemos aqui no Senado mas nenhum desses vetos altera a essência da necessária do necessário aperfeiçoamento. Eu acredito que no dia 20 e 25 de junho nós estaremos voltando esta matéria no plenário do Senado", afirmou.
Enquanto a base aliada do governo defende que os temas vão ser reenviados ao Congresso Nacional por Medida Provisória, a oposição reclama.
“Acho vergonhoso o Senado como casa revisora não alterar em nada o projeto que veio da Câmara dos Deputados. É colocar esse Senado de joelhos. Eu, em toda a minha vida parlamentar, nunca votei um projeto tão trágico para os trabalhadores como este”.
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) rebateu as críticas da oposição negando que a reforma foi aprovada sem o debate necessário. O senador ainda ressaltou que o projeto ainda vai ser debatido por mais duas comissões, antes de ir para o Plenário. “É um exagero se achar que aqui está se tomando a última palavra e se decide e se encerram os debates, isso não é verdadeiro, não se encerram os debates aqui”.
O texto agora já está na pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que promete dar início a segunda etapa da análise da proposta da Reforma Trabalhista, nesta quinta-feira (8), em uma reunião extraordinária, mas a oposição promete tentar impedir o início dos trabalhos.
“Eu acho um absurdo. O projeto chega hoje (7) e já querer ler amanhã, sem nenhum espaço para debate, não respeitando as 48 horas. Vamos trabalhar para que amanhã não aconteça essa reunião e a gente trabalhe para que, na semana que vem, na quarta-feira (14), seja feita a leitura e na outra quarta (21), votado”, afirmou o petista.
Paulo Paim também não concordou com a aprovação do texto na Comissão de Assuntos Econômicos sem que os pontos divergentes tivessem sido resolvidos no Senado. Para Paim, o atual governo não tem estabilidade para cumprir o acordo dos vetos, como acredita o relator Ricardo Ferraço. “O projeto voltava para a Câmara. Lá seria votado e ele ia para a sanção provavelmente de um outro presidente. Não aconteceu. Mas nós esperamos ainda, que na Comissão de Assuntos Sociais e na CCJ a gente consiga fazer as alterações e mesmo rejeitar essa matéria.”
Para aprofundar o debate, os senadores da Comissão de Assuntos Sociais decidiram visitar locais de trabalho que empregam pessoas em atividades consideradas desgastantes. O Senador Paulo Paim apresentou um requerimento, aprovado pela comissão, que pede a visitação dos senadores a comunidades quilombolas, fábricas, frigoríficos ou área de produção familiar para ver de perto a situação dos trabalhadores do campo e das cidades.
Após a Comissão de Assuntos Sociais, a Reforma Trabalhista ainda vai passar pela terceira e última Comissão, que é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovada, a proposta vai a plenário.