A visita de Merkel ao México durou menos de 24 horas e faz parte do giro latino-americano que a chanceler alemã fez nesta semana. Anteriormente, ela fez uma visita ao presidente argentino Maurício Macri em Buenos Aires.
“O México é um sócio importante para a Alemanha. Estamos comprometidos com os mesmos princípios: de livre comércio, justo e equitativo para o benefício de todos”, declarou Merkel em um encontro com empresários dos dois países.
Durante o encontro, intitulado ‘Fórum Alemanha e México: Sócios no caminho da indústria 4.0 e a formação dual 4.0’, a primeira-ministra alemã se referiu ainda ã construção de muros como mecanismo para brecar fluxos migratórios.
“A construção de muros fronteiriços não vai resolver o problema da migração ilegal”, comentou Merkel, ao lado do presidente mexicano Enrique Peña Nieto, em um discurso no Museu Interativo de Economia (MIDE), para iniciar o Ano Dual México-Alemanha.
De acordo com a chanceler, uma política migratória eficaz demanda “a luta contra as causas que motivam as pessoas a deixarem os seus países”.
Embora não tenha mencionado o nome do presidente dos EUA, Donald Trump, a menção teve um tom claro e direcionado ao polêmico projeto do republicano em erguer um muro na fronteira com o México, garantindo ainda que o governo mexicano arcaria com os custos bilionários do projeto “de um jeito ou de outro”. O México já declarou que não concorda com a proposta e que não pagará por nada.
Ainda segundo Merkel, a migração “muitas vezes tem relação com o crime organizado e o tráfico de drogas”. Ela enfatizou que a Alemanha apoia as negociações entre europeus e mexicanos, a fim de modernizar o pacto bilateral fechado em 2000.
“A UE e o México tomaram a decisão de que o Acordo de Livre Comércio será atualizado, e queremos fazer isso da maneira mais rápida possível”, revelou.
Por fim, Merkel defendeu os interesses das empresas alemãs no marco de incerteza comercial e volatilidade financeira, e expressou o desejo da Alemanha de “ser um bom sócio de inversão, em benefício de ambas as partes”.
“As inversões destas 1.900 empresas alemãs criaram 150 mil empregos de alta qualidade no México”, concluiu.