“Você (Estados Unidos) e seus agentes são a fonte de instabilidade no Oriente Médio… quem criou o Daesh? América… A reivindicação da América de lutar contra o Daesh é uma mentira”, afirmou Khamenei, em uma reunião com altas autoridades iranianas, segundo o seu site oficial.
Irã e os EUA não possuem relações diplomáticas desde 1979, quando da Revolução Islâmica no país do Oriente Médio.
Khamenei vem tecendo constantes críticas a Washington desde o início do mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã. Do outro lado do mundo, o presidente norte-americano Donald Trump usou termos duros para criticar o Irã desde que assumiu o governo, em um indicativo que a política de boa vizinhaça deixada pelo antecessor, Barack Obama, terminou.
Na mais recente crise na região do golfo Pérsico entre países árabes e o Qatar, a aliança dos iranianos com os catarianos foi um dos motivos alegados por Árabia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein para romper relações com o vizinho. Sauditas disputam a influência na região com Teerã, que reagiu acusando a Arábia Saudita por financiar miitantes sunitas, incluindo o Daesh.
Já os sauditas negaram essa alegação e também qualquer envolvimento com os atentados registrados na capital iraniana, na semana passada, que mataram 17 pessoas e feriram mais de 40 em dois episódios.
O celebrado acordo nuclear feito entre Obama e Teerã não normalizou as relações entre os dois países, e no que depender de Trump e Khamenei, isso não deverá ocorrer agora.
“O governo americano é contra um Irã independente. Eles têm problemas com a existência da República Islâmica do Irã. A maioria dos nossos problemas com eles não pode ser resolvida. A América é um país terrorista e apoia o terrorismo, portanto não podemos normalizar os laços com esse país”, disse ele à agência de notícias semioficial Fars.