O que falta para Coreia do Norte ter um míssil intercontinental? Especialista responde

© REUTERS / KCNANesta foto sem data que foi divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte em Pyongyang no dia 7 de Março de 2017, o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un supervisou o lançamento de mísseis balísticos das unidades da artilharia de Hwasong das Forças Estratégicas do Exercito Popular da Coreia
Nesta foto sem data que foi divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte em Pyongyang no dia 7 de Março de 2017, o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un supervisou o lançamento de mísseis balísticos das unidades da artilharia de Hwasong das Forças Estratégicas do Exercito Popular da Coreia - Sputnik Brasil
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Especialista sênior em mísseis norte-coreanos, o norte-americano Jeffrey Lewis declarou, em entrevista à revista Foreign Affairs, que o programa nuclear do país asiático tem dois desafios básicos, porém fundamentais, para finalmente alcançar o desejado míssil intercontinental (ICBM).

Em artigo publicado pela revista, Lewis afirmou que a construção de uma ogiva nuclear miniaturizada e um veículo de reentrada, suficientemente durável para suportar o calor extremo durante a reentrada do míssil na atmosfera, são as últimas questões restantes para Pyongyang desenvolver o míssil que poderia lançar contra os Estados Unidos.

“A Coreia do Norte quase certamente tem uma ogiva de cisão compacta capaz de se encaixar em um futuro ICBM”, escreveu o especialista norte-americano. Ele acrescentou ainda que, com cinco testes nucleares, é correto afirmar que o domínio da miniaturização de uma ogiva é esperado, tomando por base o progresso de outras potências nucleares.

Lewis citou o míssil norte-coreano Hwasong-12, testado no mês passado por Pyongyang, e que mostrou que sua ogiva experimentou cargas de calor semelhantes às de um ICBM e sobreviveu à reentrada na atmosfera.

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“A principal questão agora não é se a ogiva é pequena o suficiente para montar em um ICBM, mas se [o míssil] é robusto o suficiente para sobreviver ao choque, vibração e temperaturas extremas que uma ogiva nuclear experimentaria em uma trajetória intercontinental, na qual seria atingido o espaço, e depois volte a entrar na atmosfera terrestre”, avaliou.

Além da durabilidade, um lançamento bem sucedido de um míssil intercontinental demandaria um veículo de reentrada (parte do ICBM que protege a ogiva do incrível calor gerado ao voltar a entrar na atmosfera) confiável.

“A ogiva feita para o Hwasong-12 experimentou cargas de calor semelhantes às experimentadas por um ICBM (embora por um período de tempo mais curto) e sobreviveu. Separadamente, a Coreia do Norte publicou imagens de um teste de terra aparentemente bem sucedido de um veículo de reentrada no último ano”, comentou.

Por fim, Lewis advertiu que é um equívoco minimizar as capacidades do programa nuclear norte-coreano, mesmo após alguns testes balísticos que terminaram em fracasso neste ano.

“Foram expressas dúvidas semelhantes sobre as ogivas nucleares da China na década de 1960, levando os líderes chineses a armar um míssil com uma arma nuclear e lançá-lo em todo o país para dissipar quaisquer dúvidas persistentes. Felizmente, a Coreia do Norte não escolheu dar um passo”.

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