Em artigo publicado pela revista, Lewis afirmou que a construção de uma ogiva nuclear miniaturizada e um veículo de reentrada, suficientemente durável para suportar o calor extremo durante a reentrada do míssil na atmosfera, são as últimas questões restantes para Pyongyang desenvolver o míssil que poderia lançar contra os Estados Unidos.
“A Coreia do Norte quase certamente tem uma ogiva de cisão compacta capaz de se encaixar em um futuro ICBM”, escreveu o especialista norte-americano. Ele acrescentou ainda que, com cinco testes nucleares, é correto afirmar que o domínio da miniaturização de uma ogiva é esperado, tomando por base o progresso de outras potências nucleares.
Lewis citou o míssil norte-coreano Hwasong-12, testado no mês passado por Pyongyang, e que mostrou que sua ogiva experimentou cargas de calor semelhantes às de um ICBM e sobreviveu à reentrada na atmosfera.
“A principal questão agora não é se a ogiva é pequena o suficiente para montar em um ICBM, mas se [o míssil] é robusto o suficiente para sobreviver ao choque, vibração e temperaturas extremas que uma ogiva nuclear experimentaria em uma trajetória intercontinental, na qual seria atingido o espaço, e depois volte a entrar na atmosfera terrestre”, avaliou.
Além da durabilidade, um lançamento bem sucedido de um míssil intercontinental demandaria um veículo de reentrada (parte do ICBM que protege a ogiva do incrível calor gerado ao voltar a entrar na atmosfera) confiável.
“A ogiva feita para o Hwasong-12 experimentou cargas de calor semelhantes às experimentadas por um ICBM (embora por um período de tempo mais curto) e sobreviveu. Separadamente, a Coreia do Norte publicou imagens de um teste de terra aparentemente bem sucedido de um veículo de reentrada no último ano”, comentou.
Por fim, Lewis advertiu que é um equívoco minimizar as capacidades do programa nuclear norte-coreano, mesmo após alguns testes balísticos que terminaram em fracasso neste ano.
“Foram expressas dúvidas semelhantes sobre as ogivas nucleares da China na década de 1960, levando os líderes chineses a armar um míssil com uma arma nuclear e lançá-lo em todo o país para dissipar quaisquer dúvidas persistentes. Felizmente, a Coreia do Norte não escolheu dar um passo”.