A exatos 12 meses para a Copa do Mundo da Rússia, o país-sede do Mundial FIFA 2018 se esforça para mostrar a todos que realmente era o mais indicado entre os candidatos a receber o campeonato, apesar de adversidades. Assim como o Brasil há quatro anos, a Rússia se prepara para o evento sob os olhares atentos e as críticas sempre prontas de uma série de veículos de comunicação. Mas, ao contrário do Brasil, onde o discurso de boicote à Copa partia das ruas das grandes cidades brasileiras, que fervilhavam com protestos populares, no caso da Rússia, o desejo de que o país não receba o evento vem de fora, e por motivos distintos.
ONE YEAR TO GO!
— FIFA World Cup (@FIFAWorldCup) 14 de junho de 2017
2018 #WorldCup 🇷🇺🏆
In exactly 365 days, all of this starts again...
📼👉https://t.co/2iBQAo3bQZ pic.twitter.com/L6kZhTxVYK
"Em exatamente 365 dias, tudo isso começa de novo..."
"O clima no país não era bom", afirmou à Sputnik o jornalista Eraldo Leite, presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (ACERJ), sobre a situação do Brasil um ano antes da Copa de 2014. "Em todas as cidades, havia essa dualidade de sentimentos: a alegria pelo futebol, porque, afinal de contas, era o Brasil se preparando para sediar uma Copa do Mundo, fazendo eventos-teste, e, por outro lado, o clima era de insatisfação política reinante nas cidades", acrescentou.
Por conta de tensões criadas após o início da atual crise da Ucrânia, políticos e outras personalidades da Europa e dos Estados Unidos, que acusam Moscou de interferir em questões internas do país vizinho, questionaram diversas vezes o direito dos russos de sediar o Mundial, ameaçando inclusive não enviar suas seleções para a Rússia. No entanto, além da questão ucraniana, nos últimos anos, parte da mídia ocidental vem buscando outras justificativas para lançar desconfianças sobre a legitimidade ou capacidade da Rússia para sediar a Copa.
"Os estádios não estavam completamente prontos", lembra Eraldo Leite sobre o caso brasileiro. "O entorno do Maracanã estava todo sendo feito, aprontado, à medida que os jogos iam chegando, iam sendo disputados. Então, a gente entregou a coisa — como é típico do brasileiro — muito em cima da hora, com os eventos já acontecendo e as obras ainda sendo terminadas", disse ele, destacando que a África do Sul passou por uma experiência semelhante e, quatro anos antes, na Alemanha, muitas obras ainda estavam sendo feitas meses antes do Mundial.
Na imprensa internacional, até a véspera da Copa de 2014, não faltavam artigos colocando em dúvida a capacidade do Brasil ou até mesmo decretando que o evento seria um grande fracasso. Mas, nas ruas, nas arquibancadas, nos bares, restaurantes e em todos os lugares, os brasileiros e visitantes deram show de alegria e satisfação, fazendo um evento belo e inesquecível, conforme reconheceu depois a própria mídia estrangeira. Será a Rússia, acostumada com coisas grandiosas e alvo de tantas críticas, capaz de repetir o sucesso do Brasil?
Há 3 anos começava a copa do mundo no brasil também conhecida como a copa das copas cancelem a da rússia e trás de volta pra cá! pic.twitter.com/OFvtGGAxFg
— Gui (@Aguinaldinho) 12 de junho de 2017
"Eu acho que tem tudo para ser um evento espetacular. A Rússia mostrou com os Jogos de Sochi que tem capacidade de fazer uma festa bacana. Até hoje assisto no YouTube aquele vídeo do hino russo cantado a capella. É de arrepiar", comentou o servidor público Rodrigo Karl, brasileiro que cogita a possibilidade de viajar para a Rússia no ano que vem para acompanhar a luta da seleção pelo hexacampeonato. Já sobre a probabilidade de a equipe russa surpreender e desbancar seus rivais em casa, conquistando seu primeiro Mundial, o torcedor parece menos confiante. Para ele, Brasil, França e Alemanha devem ser os favoritos.
"Depois do 7 a 1, fica difícil não querer ver o Brasil lavando a alma."