"A crise no Qatar é o primeiro fracasso real da política dos EUA no golfo Pérsico, sendo resultado de os parceiros e aliados regionais dos EUA terem conseguido aproveitar a situação criada por [Donald] Trump com suas declarações anti-iranianas feitas em Riad", sublinhou o especialista.
Surgiu uma situação que não corresponde aos interesses dos EUA, frisou, acrescentando que este desvio anti-iraniano de Trump, se continuar, pode ter consequências muito sérias, nomeadamente, afetará a solução do conflito na Síria, incluindo os esforços da Rússia, da Turquia e do Irã para diminuir a tensão militar no país.
Em 5 de junho, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito romperam as relações diplomáticas com Doha e interromperam todas as comunicações com o Qatar, acusando-o de apoiar o terrorismo e de interferir nos assuntos internos.
O Qatar, por sua vez, lamentou o bloqueio diplomático, qualificando-o como "injustificado", e afirmou que todas as acusações são infundadas e que não tomará medidas de resposta.
A crise foi desencadeada após a agência de notícias qatariana QNA ter publicado supostas declarações do emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani, a favor da normalização das relações com o Irã.
O Ministério das Relações Exteriores do Qatar afirmou mais tarde que o discurso polêmico era falso, sendo obra de hackers que haviam atacado o site da agência, mas a Arábia saudita, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos não acreditaram na explicação.